Artigo enviado por Fernando Lemos
A Angola pode se tornar líder mundial
na exploração de diamantes nos próximos sete anos, com a descoberta recente dos
kimberlitos Tchiuzo, Luele e Catoca, pela Sociedade Mineira de Catoca, após 12
anos de prospecção. Nas três concessões, existem kimberlitos industrialmente
exploráveis e economicamente rentáveis, segundo Benedito Paulo Manuel, gerente
do Planeamento Estratégico e Novos Negócios da Catoca.
De acordo com Manuel, é bastante
aceitável a qualidade do diamante nessas áreas, onde se pode encontrar uma
enorme variedade dessas pedras preciosas. Ele afirmou que nos últimos 30 anos
não houve na indústria diamantífera prospecções que tenham alcançado resultados
positivos em tão pouco tempo.
O projeto Tchiuzo, na província da
Lunda Norte, tem reservas avaliadas em 30 milhões de toneladas de minério
contendo diamantes e já possui o estudo de viabilidade concluído, faltando
apenas fechar o financiamento para as infraestruturas e a construção da mina,
de acordo com o gerente.
Já o kimberlito Luele, uma chaminé
vulcânica de cerca de 100 hectares, tem reservas estimadas em 230 milhões de
toneladas de minério, enquanto a concessão de Catoca tem reservas avaliadas em
3,5 milhões de toneladas. A concessão de Catoca apresenta teores entre 0,6 e
0,8 quilates de diamante por tonelada, enquanto a de Luele tem mais de 1
quilate por tonelada.
Segundo Manuel, a concretização dessa
avaliação coloca a Angola na liderança mundial de exploração de diamantes, que
deve ser suportada por um polo industrial de exploração diamantífera a ser
construído em Catoca.
“Isto vai representar um crescimento
bruto da indústria diamantífera em Angola, que é parte da estratégia do
Executivo angolano e da Empresa Nacional de Diamantes de Angola, a Endiama”,
disse.
A grande preocupação em relação a
Catoca está na melhoria da eficiência operacional, de acordo com Manuel. “Se
antes o trabalho era feito com escavadeiras, neste momento é necessário fazer
detonações, o que indica que as condições operacionais se complicam à medida
que o trabalho vai avançando”.
Ele acrescenta que a redução de
custos e o aumento da eficiência operacional constituem trabalhos diários,
sobretudo num momento em que há uma recomendação dos sócios para equilibrar as
receitas e os custos operacionais.
A Sociedade Mineira de Catoca possui
projetos nas províncias do Cuanza Sul, Lunda Sul, Lunda Norte e Bié. Em 2014, a
companhia produziu cerca de 15,45 milhões metros cúbicos de toneladas de
minério e para 2015, prevê um incremento de 6% da produção. As informações são
da Agência Angola Press (Angop).
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