quinta-feira, 7 de maio de 2015
O grande e pequeno PODER
O poder é onipresente. Todos nós estamos sujeitos ao
poder de outras pessoas e (exceto nos casos de escravidão extrema) todos
exercemos poder sobre outras pessoas. Pessoalmente eu odeio a ideia, mas é
parte da vida. Os pais têm (ou devem ter) poder sobre os filhos, mas os filhos
têm muito poder sobre os pais, e frequentemente o exercem de forma cruel.
Podemos “possuir” cães e gatos, cavalos ou hamsters,
elefantes ou camelos, barcos ou automóveis, telefones ou computadores, mas frequentemente
estamos sujeitos ao seu poder.
Seria complicado demais, ante o objetivo desse ensaio,
entrar no intricado assunto das relações humanas. Dessa forma, eu me
concentrarei no mais óbvio caso de poder: aquele em que alguém exerce o papel
de autoridade sobre um grande (ou pequeno) número de pessoas.
Em tese, todos estamos dispostos a concordar que o poder
deveria ser o mínimo possível, e que quem exerce o poder deveria estar sujeito
ao controle das demais pessoas. A isso chamamos “democracia”, ou, nas
organizações de: divisão de trabalho, colaboração, motivação, responsabilidade
distribuída, compartilhamento e delegação de poder – em contraposição à
autoridade, burocracia, centralização ou disciplina formal.
Mas são poucas as pessoas que querem a verdadeira
liberdade. A responsabilidade é uma carga pesada. É muito mais fácil ser
“seguidor”. Deixar a tarefa de pensar e de ditar o ritmo aos mandatários,
patrões, formadores de opinião, gurus de todo tipo, personalidades do “show
business”, etc. – e culpá-los por nossa infelicidade.
Por outro lado, há um tipo especial de pessoas que tem
prazer em exercer o poder. Essas prevalecem porque se esforçam, se sacrificam e
se dedicam com a energia necessária para ter cada vez mais poder.
Devemos admitir que a teoria de Cipolla é aplicável: há
tantos estúpidos no poder como no resto da humanidade, e eles são mais
numerosos do que pensamos. Mas em duas coisas são diferentes: no relacionamento
e na atitude.
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