Os gauleses eram garimpeiros e
mineradores excepcionais.
Carrinhos de ouro pesados precederam o vencido rei
Vercingetorix no desfile do triunfo de César em Roma, em 46 AC. Os gauleses garimpavam
o ouro ha séculos nas grotas, na base dos morros, e eles formavam suntuosas joias
para eles e para os seus deuses.
O Ouro celta (Galia) assombra desde os tempos antigos. Os autores
gregos e romanos mencionam com espanto misturado com inveja a riqueza em ouro
da Gália e os tesouros acumulados em santuários. César foi até acusado de
destruir as cidades da Gália com o único objetivo de se aproveitar do ouro. A imagem do chefe Arverne Luérius lançando de sua carroça moedas de ouro e prata para seus
compatriotas ficou nas mentes; os gauleses iam para a batalha vestindo tão somente suas próprias
pulseiras e seu famoso torque (colar) em ouro.
Mas tanto ouro se originava de uma tecnologia e know how para o extrair a baixo custo, tecnologia que pode ser aplicada no Brasil nos locais normalmente anti econômicos por ser de baixo teor
A pesquisa realizada em torno de Cambo-les-Bains, no
País Basco identificou cerca de cinquenta locais de mineração operados por uma
técnica baseada na energia hidráulica: os córregos eram desviados e foram criados
reservatórios de água no topo das montanhas auríferas (pireneus). A água caia
nas encostas, lixiviavam o ouro de baixo teor no solo das mesmas; esses deslizamentos de terra eram
canalizados sob forma de lama para o vale. A cada 10 m aproximadamente, pedras eram colocadas no fundo da grota/canal receptadora em pequenas barragens para formar as tariscas e bloquear a passagem do ouro. As partículas de ouro eram presas numa
palha de bruyere (um tipo de samambaia comum nas montanhas da europa) cobrindo o fundo dos canais. Periodicamante, fechava-se a alimentação em
água, deixava secar a palha e bastava queimar esta para recuperar o ouro nas cinzas.
Na área de Cambo-les-Bains, o Bureau de Pesquisa Geológica e
Mineração (BRGM) encontrou a presença de ouro no solo e correntes de água com baixo teor.
Outras regiões, nas Ardenas, Pays de la Loire, Auvergne, Limousin, Aquitaine e em
outros locais dos Pirinéus também contêm ouro sempre de baixo teor.
No Limousin, cerca de 230 minas de ouro antigas já foram
inventariados pelo levantamento aéreo, foto-interpretação (estudo da cobertura
fotográfica aérea de 1/10 000, conduzido pelo Instituto Geográfico nacional da
França) A pesquisa de arquivo (estudos de engenheiros de minas do século
passado e início do século XX, encontra menções a estas minas) e o estudo da toponimia de lugares
do passado.
Essa tecnologia de caixa natural poderia ser adaptada no Tapajós em locais com fortes declives como no Botica, resguardados os cuidados com o meio ambiente
artigo postado desde Brangues (França)
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