terça-feira, 10 de novembro de 2015

Caixas de recuperação de ouro em tamanho natural para os "low grade"

Os gauleses eram garimpeiros e mineradores excepcionais.

Carrinhos de ouro pesados ​​precederam o vencido rei Vercingetorix no desfile do triunfo de César em Roma, em 46 AC. Os gauleses garimpavam o ouro ha séculos nas grotas, na base dos morros, e eles formavam suntuosas joias para eles e para os seus deuses.

O Ouro celta (Galia) assombra desde os tempos antigos. Os autores gregos e romanos mencionam com espanto misturado com inveja a riqueza em ouro da Gália e os tesouros acumulados em santuários. César foi até acusado de destruir as cidades da Gália com o único objetivo de se aproveitar do ouro. A imagem do chefe Arverne Luérius lançando de sua carroça moedas de ouro e prata para seus compatriotas ficou nas mentes; os gauleses iam para a batalha vestindo tão somente suas próprias pulseiras e seu famoso torque (colar) em ouro.

Mas tanto ouro se originava de uma tecnologia e know how para o extrair a baixo custo, tecnologia que pode ser aplicada no Brasil nos locais normalmente anti econômicos por ser de baixo teor

A pesquisa realizada em torno de Cambo-les-Bains, no País Basco identificou cerca de cinquenta locais de mineração operados por uma técnica baseada na energia hidráulica: os córregos eram desviados e foram criados reservatórios de água no topo das montanhas auríferas (pireneus). A água caia nas encostas, lixiviavam o ouro de baixo teor no solo das mesmas; esses deslizamentos de terra eram canalizados sob forma de lama para o vale. A cada 10 m aproximadamente, pedras eram colocadas no fundo da grota/canal receptadora em pequenas barragens para formar as tariscas e bloquear a passagem do ouro. As partículas de ouro eram presas numa palha de bruyere (um tipo de samambaia comum nas montanhas da europa) cobrindo o fundo dos canais. Periodicamante, fechava-se a alimentação em água, deixava secar a palha e bastava queimar esta para recuperar o ouro nas cinzas. 

Na área de Cambo-les-Bains, o Bureau de Pesquisa Geológica e Mineração (BRGM) encontrou a presença de ouro no solo e correntes de água com baixo teor. Outras regiões, nas Ardenas, Pays de la Loire, Auvergne, Limousin, Aquitaine e em outros locais dos Pirinéus também contêm ouro sempre de baixo teor.

No Limousin, cerca de 230 minas de ouro antigas já foram inventariados pelo levantamento aéreo, foto-interpretação (estudo da cobertura fotográfica aérea de 1/10 000, conduzido pelo Instituto Geográfico nacional da França) A pesquisa de arquivo (estudos de engenheiros de minas do século passado e início do século XX, encontra menções a estas minas) e o estudo da toponimia de lugares do passado.

Essa tecnologia de caixa natural poderia ser adaptada no Tapajós em locais com fortes declives como no Botica, resguardados os cuidados com o meio ambiente

artigo postado desde Brangues (França)

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