segunda-feira, 16 de março de 2015
A lenda de Manoa del Dorado
Eldorado (do
castelhano El Dorado, "O Dourado"), Manoa (da
língua achaua manoa, "lago"), ou Manoa del Dorado (já
citado anteriormente) é uma lenda que se iniciou nos anos 1530 com a história de um cacique ou sacerdote dos muíscas, indígenas
da Colômbia, que se cobria com
pó de ouro e mergulhava em um lago dos Andes. Inicialmente um homem dourado, índio dourado, ou rei dourado, foi
depois fantasiado como um lugar, o reino ou cidade desse chefe lendário,
riquíssimo em ouro.
Embora os artistas muíscas trabalhassem
peças de ouro, algumas das quais hoje formam o rico acervo do Museu do Ouro ,em Bogotá, nunca foram encontradas entre eles
grandes minas, muito menos as cidades douradas sonhadas pelos conquistadores
que pretendiam repetir a façanha de Francisco Pizarro no Peru. Tudo indica que os muíscas ou chibchas obtinham o ouro por meio de
trocas com indígenas de outras regiões ou extraindo ouro dos rios da região.
Sedentos por mais ouro, os
conquistadores fizeram o mito migrar para leste, para os Llanos da Venezuela e
depois para além, no atual estadobrasileiro de Roraima ou nas
Guianas. Na forma tomada pelo mito a partir do final do século XVI, a cidade dourada, agora conhecida
como Manoa, se localizaria no imenso e imaginário lago Parima e teria sido
fundada ou ocupada por incas refugiados da conquista de Pizarro.
O mito é semelhante ao de Paititi ou Candire, que também seria uma cidade cheia
de riquezas que teria servido de refúgio a incas que escaparam da conquista
espanhola, mas costuma ser localizada muito mais ao sul, entre as selvas
da Bolívia e Peru ou no Brasil, no Acre,,Rondônia ou Mato Grosso. Os dois mitos têm origem comum no
sonho de conquistadores de enriquecer repetindo a façanha de Francisco Pizarro,
o conquistador dos incas, e influenciaram-se mutuamente, mas o de Paitíti
associou-se, em tempos mais recentes, com a nostalgia de povos andinos pelo
antigo Império Inca, ganhando conotações nativistas.
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