quarta-feira, 29 de outubro de 2014
No Tapajós, fácil é ficar milionário, difícil é manter essa condição
Filhas de Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, as sereia
habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta
doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para estes
colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu
salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de
seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam
na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
No garimpo,
representam tanto o chamado das fofocas
como o chamado do prazer merecido após muita luta e a consequência é a mesma: o
blefo
Já tratamos em
diversas ocasiões do fenômeno da fofoca no garimpo; a fofoca é a reuniões de
uma grande quantidade de pessoas que não tapam os ouvidos ao canto das sereias.
O canto das
sereias fala de um ouro mítico e momentâneo, fala da riqueza de um e canta a
esperança de todos.
Se observarmos
os verdadeiros milionários do Tapajós, a história de vida de cada um deles,
poderemos verificar que eles não seguiram os cantos das sereias ou se seguiram,
foi só uma vez para apreender.
Ficaram
milionários não ao tirar toneladas de ouro em poucos meses, mas centenas de
quilos em muitos anos, trabalhando nos custos, administrando com competência e
evitando gastar e não escutando as noticias de fofocas.
Eles
transformaram as fases de bamburros em bois e usaram esses bois como poupança
para as fases de blefo
Isto não é uma
visão só para garimpeiros mas para todas as profissões
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