quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A aviação de garimpo no Tapajós

Regra numero 1: o piloto tem que ser casado


Muitos 206, 210, skylines, poucos coriscos e sertanejos (mata sete) e alguns bimotores (barões e Aztecas)
São os aviões do garimpo, o 206 leva 600 kg assim como o 210 que é mais veloz, o skyline só leva 520 kg e serve para voos mais curtos pois pode apagar em chuvas muito pesadas, o 206 tem porta lateral para os lançamentos em clareiras. O Corisco só leva 450 kg e o Sertanejo 600, mas eles tem asa baixa, ou seja, maior risco de bater em galhos de arvores nas pistas. Os bimotores só levam 550 kg, mas se diferenciam pela segurança de ter dois motores. Entretanto se usar esses bimotores com carga de 700 ou 800 kg, o que é comum, eles perdem a característica de voar com um motor só, ou seja, viram um monomotor também.  
Os monomotores exigem pistas de no mínimo 300m, menos ainda para um skylane ou 206, mas os bimotores existem pistas maiores (500m). Considerando que parte das pistas podem ser danificada por chuvas, menor é a exigência de pista, melhor
Há pistas ainda menores, mas com características especiais (trampolim natural). A pista tem uma parte plana para colocar as rodas e logo depois, ela se eleva num grau forte, forçando o avião a parar por causa da gravidade. Na descida é o contrario, ele desce no trampolim pegando velocidade por causa do ângulo, e sai num precipício quase na velocidade de voo, e depois se eleva, usando os desfiladeiros das grotas entre as montanhas. É impressionante, mas jamais vi um acidente fatal nestas condições, mas é fácil quebrar om trem de pouso na chegada.
Há também pistas que não são retas, seguindo a curva de nível do terreno. Falam-se com exagero de pistas em L. De qualquer maneira, é nestas pistas que se vê a pericia do piloto no pouso.
Qualquer pista permite pousar com carga total, mas na decolagem, é muito diferente. Poucas pistas permitem decolagem com mais de 200 ou 300 kg e nestes caso, serão necessárias “pernas” ate a pista boa que estivar mais perto.
A zona de garimpos do Tapajós tem área enorme (300 km por 200 km) e a aviação é formada de dois polos controlados (aeroporto de Itaituba no Para e aeroporto de Alta Floresta no Mato Grosso); Além destas pistas controladas, há pistas paralelas em cada cidade, onde não há controle como a pista do Km 17 asfaltada perto de Itaituba e da fazenda em Alta Floresta e diversas pistas em beiras de estradas que recebem a mercadoria por caminhões e levam até o garimpo por avião: há três grupos de pistas: as que estão ao longo da transamazônica: Km 180, Sol Nascente e Rabelo, as que estão ao longo da BR 163: aeroporto de Novo Progresso 
















e as que estão ao longo e principalmente no final da Transgarimpeira: Creporizinho e Creporizão











Fala-se muito em Kamicases, mas tem muitos pilotos velhos, ou seja, vivos e que voam todo dia desde os anos 70, 80.
Como escolher um bom piloto?: Não vou citar nomes de pilotos, mas, como geólogo que voa em garimpo há mais de 34 anos, sigo uma única regra para escolher um piloto para voar comigo: ele tem que ser casado.

Como escolher um bom avião? Destes que podem pousar legalmente nas pistas oficiais de Itaituba e alta Floresta, pois seguem as regras da ANAC.

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