terça-feira, 23 de junho de 2015
O puxa saquismo ficou improducente nas empresas e administações
O
puxa-saco pode até ser um bom funcionário ou ser serio, mas o problema é que
ele emprega seus talentos da maneira errada. Ele se concentra no chefe e não
naquilo que a equipe e a organização esperam de um bom profissional. Cria dúvidas a respeito do sua matriz moral e neste sentido pode ser perigoso.
Técnicas de puxa-saquismo têm perdido eficácia
junto a grandes executivos, aponta estudo
Um estudo feito
por pesquisadores da Universidade de Michigan e publicado recentemente pela
Academy of Management Journal, a publicação acadêmica sobre gestão mais
influente dos Estados Unidos, mostra que o poder de fogo dos puxa-sacos está
diminuindo - em especial nas posições-chave das grandes empresas.
Os pesquisadores Jim Westphal e Guy Shani ouviram
centenas de executivos que ocupam altos cargos em empresas americanas e
constataram que justamente as pessoas mais influentes, ou seja, mais suscetíveis
aos aduladores, não recebem positivamente elogios gratuitos no ambiente de
trabalho.
"Um dos maiores desafios para os que querem
ganhar posição de destaque entre os colegas é o que chamamos de 'dilema do
adulador'. Ocorre que pessoas muito influentes no campo dos negócios estão em
alerta para detectar puxa-saquismo e elogios falsos justamente porque estão
acostumadas com esse comportamento", afirma Westphal.
Isso não significa que os líderes de grandes
empresas estejam imunes a profissionais adeptos aos exageros na hora de se
relacionar com pessoas de um nível hierárquico acima do seu. Westphal afirma
que ainda não há indícios em pesquisas empíricas que mostram que, no ambiente
de trabalho, não exista espaço para adulação. O que Westphal apurou em sua
pesquisa é a eficácia dessa estratégia. Segundo ele, os aduladores de plantão
conseguem manter um bom relacionamento com os profissionais do topo, mas não
conseguem se igualar a eles.
Uma outra estratégia de relacionamento no ambiente
de trabalho, contudo, não é vista pelos grandes diretores como sinônimo de
puxa-saquismo. Trata-se do que Westphal classifica de "cognição social
autorregulada". O termo técnico significa simplesmente a velha estratégia
dos pontos em comum.
O s executivos entrevistados pelos pesquisadores se
mostram arredios a elogios vindos de colegas ou subordinados, mas recebem com
cordialidade a abordagem dos mesmos quando se trata de discussões sobre gostos
similares. Esportes, literatura e música entram nessa lista desde que não pareçam preferências falsas.
"Quanto maior o cargo do executivo, melhor ele avaliou seus colegas ou
subordinados que demonstravam sinceridade na hora de agir, tomar decisões ou
conduzir conversas informais", afirma o pesquisador.
Os executivos relataram que, além do bom
desempenho, as afinidades pessoais contam no momento em que precisam escolher
colegas para participar de comitês influentes dentro de uma empresa, como o
comitê financeiro, o de remuneração e o fiscal.
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