quarta-feira, 23 de julho de 2014
As bactérias solidificadoras e amalgamadoras do ouro
Os geólogos e
garimpeiros sabem de certos locais no Tapajós onde os garimpeiros retiraram uma
grande quantidade de pepitas e melhor, pepitas puríssimas e quando se cava em
baixo, nada, o ouro some; só encontram alguns frizes pobres.
A famosa área do Ouro
Mil que só pelo nome traduz a pureza do ouro das pepitas catadas neste garimpo
da região do Patrocínio é um exemplo disto, mas as pepitas do Cupu no garimpo
Boa Vista é outro destes exemplos.
Cientistas norte-americanos
encontraram a razão desta contradição e a razão é nada menos do que uma
bactéria de nome complicado: a Cupriavidus
metallidurans e uma molécula excretada por ela :a Delftia acidovorans.
São
bactérias e moléculas que inclusive são encontradas nos filmes e sujeiras das
pepitas de ouro e trabalham basicamente para se defenderem dos ions de ouro em
forma líquida que estão no solo. Em forma líquida o ouro mata as bactérias,
pois o ouro como a prata e o cobre é toxico para elas, a tal ponto que esses
metais são incluídos nos medicamentos para matar as bactérias que são nocivas
para nós; mas em forma sólida o ouro é inócuo; portanto, as bactérias
solidificam esses ions líquidos em pequenas partículas sólidas e formam
agregados que acabam formando pepitas.
A bactéria excreta uma molécula,
a delftibactine A. que é capaz de fazer precipitar os ions de ouro em suspenção;
assim a Delftia acidovorans consegue criar estruturas solides
complexas, similares à das pepitas
É
claro, tem que haver ouro no sistema para as bactérias agirem e as condições
climáticas para a reprodução destas bactérias e certamente um tipo topográfico
particular com declive suave que os geólogos já haviam observados e que talvez
permitiu a concentração destes ions durante muito tempo. Outra estranheza é a
quase ausência de cascalho nestes solos, o que demonstra a ausência de
transporte, pois no decorrer do transporte, o cascalho mais pesado que a argila
acaba se unindo ao ouro também pesado.
As partículas de
ouro são produzidas em poucos segundos o que permite pensar numa forma
econômica de recristalizar e recuperar o ouro em suspensão
A descoberta é de tamanha importância considerando a capacidade deste
metabólito e, portanto da sua bactéria que é tão notável que ela precisa só de alguns
segundos para alcançar esta transformação;
Além disso, o método pode realizar-se a pH neutro e à temperatura
ambiente.
Os
garimpeiros já haviam observados através das múltiplas repassagens que existe
uma recriação do ouro em certos baixões; algumas repassagens chegam a 7 (sete)
no mesmo baixão com alguns anos entre cada uma; é o caso da grota das sete no
comandante Mamar nos limites do Para e Amazonas e que ira logo ser renomeada
para oito.
Agora,
a luz desta descoberta e considerando as experiências no Tapajós, o tempo de
criação, poderemos delimitar as características destas áreas, o nível de
humidade, a porosidade, o declive do terreno, o teor do ouro e a distribuição
no solo e trazer essas bactérias e ate as alimentarem e iremos por os curimãs,
os rejeitos de ouro dos garimpos e iremos amalgamar o ouro que as caixas não
conseguem recuperar por causa da sua extrema fineza;
Na foto
anexa, podemos observar grãos de ouro produzidos por uma bactéria na Michigan
State University.
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