Desenvolvimento e decadência. Por que grupos sociais e nações
crescem rapidamente enquanto outros entram em franca decadência. Alguns
explicam pelas tradições, outros pelas tecnologias ou raça. Todos os
argumentos, porém são facilmente desmontáveis por processos comparativos no
tempo e no espaço.
Por que, por
exemplo, Alemanha e Japão cresceram muito mais que a Inglaterra depois da
guerra a pesar dos ingleses ter drenado para si a tecnologia dos vencidos.
Por
que os velhos Estados norte-americanos não conseguiram o mesmo desenvolvimento
que os Sunbelt: a Flórida, o Texas e a Califórnia. Apesar dos primeiros serem
depositários das tradições, estruturas industriais, melhores vias de
comunicação, equilíbrio sócio-econômico e político.
Por que hoje a taxa de crescimento de estados brasileiros
como Rondônia, Pará, Mato Grosso é superior à taxa de crescimento de São Paulo,
a famosa locomotiva brasileira. O que reúne num mesmo movimento de estagnação a
Inglaterra, o Estado da Virgínia, Nova Iorque ou São Paulo. E o que reúne no
mesmo movimento de rápida expansão a Alemanha Ocidental, o Japão ou o sul do
Pará.
A verdade é
que tem uns, outros não tem. E obviamente, os argumentos das tradições,
tecnologia e raça não podem intervir, são justamente os países e estados de
maiores tradições e tecnologia que estão em franca decadência. Quanto à raça,
considerando os conceitos e preconceitos, Norte ou Sul, Leste ou Oeste, a
conclusão é a mesma.
A
característica que divide os grupos em expansão e em decadência é o chamado
fenômeno de esclerose social. Nações
e estados como a Inglaterra, Nova Iorque ou São Paulo têm estruturas mais ou
menos corporativistas, organizadas cartéis e organizações profissionais:
associações, sindicatos, grupos, conselhos, enfim todas as formas de defesa de
grupos econômicos num conjunto social maior que é a Nação ou o Estado.
O
desenvolvimento da esclerose social deve-se
à estabilidade política e social. Mais estável o estado, maior o
desenvolvimento da esclerose, naturalmente como exigência dos grupos sociais,
que passam a trancar a sociedade em proveito próprio. É por não ter sofrido
nenhuma invasão ou revolução, o que já dura três séculos, que a Inglaterra está
a reboque de nações como a Alemanha Ocidental e o Japão, economicamente
arrasados por sucessivas guerras.
A fonte deste desenvolvimento rápido provem de uma
reviravolta nas estruturas sociais e psicológicas produzidas pela guerra
O Tapajós cristaliza hoje uma guerra permanente e difusa com
a resistência as regras estabelecidas por tecnocratas alienígenas, protegido
por seus imensos espaços físicos, as dificuldades de acessos, a liberdade de ir
e vir com a aviação e a liquidez produzida pelo ouro e todos unidos por um
espírito comum: o de acreditar em si próprio e não precisar dos governos..
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