quinta-feira, 10 de julho de 2014

O OURO VANGUARDA DO LIBERALISMO

 

   O garimpo hoje cristaliza uma nova sociedade individualista, trabalhadora, apaixonada, uma sociedade de homens e mulheres arrojados. Sem se conhecerem, esses homens e mulheres se encontram na mesma fé, em si próprios, formando um conjunto e uma força nova, mas um conjunto que coloca o indivíduo, reinventando as famosas teorias do liberalismo.
    Porque o liberalismo não é somente uma ideia imprecisa da fé na capacidade humana e nas liberdades: é uma teoria ao menos tão científica quanto o marxismo e sem dúvida se resguardando melhor na prática, na realidade que a teoria do estatismo.
   Uma teoria que pressupõe que o somatório das intenções pessoais, seja boa ou má, cria uma sociedade próspera. Uma teoria que admite que toda filosofia que deixa ao Estado, o papel de formar e dirigir a sociedade é um mito que serve antes de tudo aos interesses da burocracia pública e não da sociedade em geral.
   Mais ou menos Estado, mais ou menos regras, leis, controles; mais ou menos segurança e proteção ...é a linha divisória do pensamento do homem politizado. Mas os homens do ouro, mais adultos, mais seguros de si, mais vividos e experientes que a média da sociedade em geral necessitam de menos segurança e proteção e, portanto não precisam dos seus corolários: regras, leis e controles.
      A sociedade do ouro é hoje uma das sociedades onde não existe influência do protecionismo e do bolsa família, manifestações de uma situação que sempre tem tendência a negar as virtudes da livre iniciativa e dos fenômenos de mercado.
     O liberalismo não é propriedade de nenhum cientista ou filósofo; é uma forma de pensamento que vem do povo, da história e se instala em qualquer sociedade que não é controlada pela força. É o sistema que se instalou naturalmente nos garimpos do Tapajós.
          O liberalismo é geralmente criticado por todos os políticos, sejam de direta como de esquerda porque é um sistema que diminui consideravelmente a importância dos mesmos. Neste sistema, político não manda, não dirige, só é porta-voz, deixando as forças econômicas se ajustarem naturalmente; nada anormal, portanto que o liberalismo se instale muito mais rapidamente no seio do povo que nas equipes dirigentes.
  Os garimpeiros em primeiro, mas também os comerciantes, os pequenos empresários, os gerentes de empresas são naturalmente os mais próximos da filosofia liberal porque se situam mais próximos da realidade do mercado.
    A revolução liberal americana e britânica começou com a revolta na base dos produtores contra os improdutivos, e foram seguidos pelos intelectuais decepcionados pelas diversas experiências estatizantes fracassadas ao redor do mundo. Os intelectuais trouxeram aos produtores a indispensável caução do liberalismo bem pensado.
  Hoje na Europa, nos Estados Unidos e também no Brasil, o pensamento liberal esta drenando para si uma casta intelectual que está abandonando os velhos partidos da esquerda tradicional e está reencontrando as eternas aspirações populares. No Brasil, o liberalismo aguarda ainda a sua verdadeira expressão política e é possível que a Amazônia contribua decisivamente para tanto tendo em conta a sociedade em brotamento que está se expandindo nos garimpos do Tapajós e que se vê acuada pelo pensamento estatizante que usa o ponto fraco do garimpo que é o meio ambiente.
    Seguindo os anseios liberais do garimpo, terá que brotar da própria sociedade do garimpo a solução para resolver este ponto fraco do meio ambiente e assim retirar dos estatizantes o único argumento que lhe restam para imporem suas ineficácias, improdutivas e morosas regras burocráticas sempre acompanhadas das indispensáveis ameaças de uso da força policial.

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