sexta-feira, 15 de agosto de 2014
A gíria do garimpo (letra C)
Cachorra. S.
f. Mala de brabo recentemente chegado na região de garimpo.
Cacos de telha. S.
m. Pedaços de lateritas encontrados nos sequeiros com
intensa sulfetação.
Caixa. S.
f. Conjunto de
pranchas de madeira ou de ferro posto na saída do material debreiado,
Caminho de jerico. S. m. Varadouro ou pequena estrada aberta na mata para
facilitar a passagem dos jericos e dos tratores com as cargas de óleo e rancho
destinado a manutenção dos garimpos.
Canoão. S. m. Concentração
aurífera de alto teor em forma de canoa, encontrada nas aluviões e
paleoaluviões.
Cantina. S. f. Barracão construído normalmente na cabeceira da pista de pouso dos
garimpos.
Capa de bomba. S.
f. Capa externa da bomba de sucção de cascalho substituída
em função do desgaste causado pelo material da boca de serviço.
Capa do lacrau. S. f. Camada no solo de folhas secas e
outros vegetais mortos.
Carote. S.
m. Unidade de medida garimpeira equivalente a 60 litros de
combustível. Transportados em canoas, aviões, jericos, no lombo de burros e de
peões.
Carrancismo. S.
m. Clima de ameaça latente à existência ou integridade de
pessoas nos garimpos.
Cascalheira. S. f. Canoa tosca de madeira, construída a toque de caixa para completar a
logística nos garimpo de balsa, onde é impossível chegar com canoas de alumínio
ou de ferro.
Cascalho brabo. S.
m. Cascalho de forma áspera e irregular, normalmente escuro
e avermelhado, com ou sem ouro, geralmente proveniente de fonte sulfetada.
Cascalho cego. S.
m. Cascalho manso ou brabos sem ouro.
Cascalho croado. S.
m. Cascalho encontrado na superfície da terra, quase na
capa do lacrau, sugerindo a presença de um filão superficial.
Cascalho manso. S.
m. Cascalho arredondado de forma homogênea, normalmente
claro, que pode conter ouro.
Cascalho ovo de pombo. S.
m. Cascalho manso, de tamanho uniforme e cor branca. Embora
seja bom para debreiar, o cascalho
ovo de pombo pode ser rico ou cego.
Cascalho rebolado. S. m. Formações irregulares de camadas de cascalho aurífero no
meio da argila.
Cascalho rico. S.
m. Cascalho brabo ou manso, alto ou baixo, croado ou fundo,
mas com alta incidência de ouro.
Casqueiro. S.
m. Veio de quartzo de mergulho sub-horizontal, impregnado
de sulfetos mostrando textura parecida com a casca de ferida, comum em stockworks.
Cavalete. S.
m. Suporte que liga a capa de bomba ao motor.
Cervejinha. S. f. Arbusto da flora amazônica com qualidade terapêutica
antimalárica, apreciada pelos índios, caboclos e garimpeiros. Usada como
paliativo contra o paludismo.
Chama. S. m. Apelo de ordem espiritual que pela tradição garimpeira considera o
sangue derramado como uma atração para o ouro. Essa idéia profundamente
impregnada no garimpo é comparável às cerimonias de oferendas de vidas (humanas
ou animais) das sociedades da antigüidade para seus deus.
Chafurdar V. t.
d. Bagunçar. Expressão usada para indicar descontrole no serviço de baixão ou
de balsa.
Cheira peido. Adj. Tropeiros de
burros carregadores de mercadorias em alguns garimpos.
Cherocão. S. m. Avião monomotor fabricado no Brasil pela Embraer sob licença da Piper.
Também conhecido por Minuano ou Mata-Sete.
Cheroquinho. S. m. Avião monomotor
fabricado no Brasil pela Embraer sob
licença da Piper. Também conhecido por Carioca ou Mata cinco.
Chorador. S. m.
Minador de água em pé de serra, nascente de igarapé, grota ou grotinha.
Chupadeira. S. f.
Conjunto de equipamentos para trabalho de dragagem estacionário
Cobra-fumando. S. m.
Aparelho de madeira (pequeno sluice)
de origem remota, usado para lavar a terra
rica de balsa, ou cascalho no garimpo manual.
Coquetel. S. m.
Soro antimalárico preparado pelos garimpeiros.
Croado. Adj. Que
está visível na superfície. A história dos garimpos da Amazônia grandes baixões
onde o ouro foi descoberto croado, na capa do lacrau.
Croíra. S. f.
Balsa de exploração aurífera construída
com madeira serrada no próprio garimpo.
Cu de sapo. S. m.
Pequeno barranco, menor que um cinco, feito no sufoco de uma fofoca ou
numa terra proibida.
Cuca. S. m. Cozinheiro de baixão.
Cuia. S. f.
Instrumento de trabalho garimpeiro feito de ferro e em forma de concha
com o qual manipula-se o ouro na fase final da lavagem.
Cuiada. S. f.
Ação de cuiar. Operação de verificação do teor de ouro em material
debreiado ou debreiar.
Curimã. S. m.
Rejeito de cascalho, areia e esmeril
proveniente da lavagem da terra rica ou um serviço manual. Porto espraiado onde
o garimpeiro de balsa monta a cobra-fumando.
Currutela. S. f.
Conjunto de precários estabelecimentos comerciais voltados para o
atendimento de um garimpo de balsa ou de baixão.
Curruteleiro. Adj. Expressão
pejorativa atribuída à garimpeiros que
freqüentam com assiduidade os cabarés da currutela.
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