sexta-feira, 15 de agosto de 2014
A segunda chance, ou os exilados do garimpo
Sempre houve
tentativas das nações de se livrar dos seus indesejáveis, seja pelo exilo compulsório
no caso das nações colonizadoras (o Brasil foi o depositório dos indesejáveis
do Portugal) e assim foi para a França no Canada ou na Guiana, para a
Inglaterra e as colônias que mais tarde formariam os USA, para a Espanha para
as colônias americanas, para a Rússia para a Sibéria. Muitos nem precisavam ser
exilados, se exilava voluntariamente.
Muitos dos
indesejáveis que na realidade eram incompreendidos e impossibilitados de
crescer nos seus locais de origem se transformaram em homens obedientes a lei
dos seus novos lares e se desenvolveram de maneira notável.
Outra forma de
exilio voluntária foi a Legião estrangeira francesa, homens do mundo inteiro têm-se
alistado por diversas razões, na maior parte das vezes porque não têm para onde
ir. como nobres falidos, criminosos ou soldados profissionais que preferiam
combater, eram aceitos. Sob determinadas circunstâncias até lhes eram
oferecidas novas identidades. Na sua maioria mantiveram os nomes, mas é uma
questão de honra nunca comentar o passado de um Legionário. E enquadrados numa
Lei militar e num código de honra particular, muitos “indesejáveis” se
transformavam em heróis.
Os garimpos da
Amazônia têm um papel similar, UMA NOVA VIDA, e muitas vezes, UMA NOVA CHANCE
para os indesejáveis fugitivos ou para os incompreendidos;
Como nos exílios
dos séculos passados, como na Legião, enquadrando-se numa nova lei própria aos
garimpos, correspondendo melhor aos seus íntimos anseios, sem a impunidade do
resto do Brasil, sem os bloqueios próprios a uma sociedade organizada, muitos se
transformam em homens com uma nova Honra e Admirados.
Sempre foi o
objetivo da justiça brasileira de recuperar os seus criminosos para inseri-los de
novo na sociedade, muito raramente consegue se nas escolas do crime que são as
cadeias, mas o garimpo consegue e sem custo para a sociedade.
A pena de exilio compulsório
não existe no Brasil e mesmo se existisse não poderia ser aplicada hoje nos
garimpos por falta de isolamento com os meios de comunicação moderna, mas o
exílio voluntário se aplica perfeitamente.
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