domingo, 10 de agosto de 2014
E OS GOSSANS DO TAPAJÓS ?
“Gossans”
são corpos derivados do intemperismo de corpos rochosos sulfetados rasos,
pertos da superfície.
Via
de regra, são enriquecidos em óxidos e hidróxidos de ferro que se preservados
formam os conhecidos “chapéus de ferro”.
Os
gossans de cobre, ouro, prata são conhecidos a centenas de anos.
De
acordo com a literatura os requisitos para o desenvolvimento de gossans são
presença de corpos sulfetados passíveis de ser atingidos por águas de
superfície oxigenadas.
No
tapajós nos últimos anos tem sido reveladas dezenas de corpos sulfetados.
Tem
sido divulgado que na região do tapajós proliferam corpos hidrotermalizados,
gigantescas caldeiras vulcânicas e sequências vulcano –sedimentares que de
acordo com a literatura são ambientes favoráveis a desenvolvimento de
“GOSSANS”.
Gossans,
gossans onde estás que não te encontram!
JO responde:
Caro
colega, os gossans remanescentes são realmente raros no Tapajós.
Tem
um bem definido no garimpo Água Azul a margem direita da cabeceira do Rio
Marupá, detectado pela geoquímica de bateia e desconhecido dos garimpeiros por
ser afastado de qualquer igarapé, outro insipiente na Transgarimpeira próximo
ao Creporizão e tem um, mas pouco mineralizado, portanto sem interesse
econômico no garimpo Boa Vista. Quando você faz fiscalização só fica 2 (dois) dias
e não dá para mostrar todo o resultado de anos de trabalho.
Mas
realmente esses poucos exemplos não condizem com a portentosa província
aurífera do Tapajós.
A
causa possível desta raridade? O gossan sendo superficial pode ter sido lavrado
pelos garimpeiros: muitas estórias garimpeiras de bamburros e de explicação a
respeito de cor roxa do solo levam e esta hipótese. Parece ser o caso do
bamburro de 1 (uma) tonelada de ouro superficial no garimpo Nossa Senhora da
Conceição, de Ivan de Almeida a margem esquerda do Rio Marupá, já no município
de Jacareacanga.
Se
usar o nome inglês “gossan” ou “chapéu de ferro” português, ou “ Chapeau de fer
“ francês ninguém vai entender, mas tente a tradução em linguagem local: “
MOCORORO” e logo vão aparecer um monte de exemplos só que a maior parte
lavrados.
Se
perguntar aos garimpeiros: “encontrou ouro no MOCORORO? “ via de regra, vai responder sim, e que ele for mostrar o local
onde extraiu o ouro deste mocororo, vai encontrar fragmentos bem escuros de rejeito de gossan.
Extraído
do glossário do garimpo (Ouro no barraco)
“Mucororo. ou
Mocororo S. m. Material arenoso
cimentado por material ferruginoso de
cor vermelha, localizado abaixo ou acima do cascalho, ou substituindo o mesmo.
Geralmente mineralizado e muito duro, exige a moagem para ser bem aproveitado”
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