terça-feira, 30 de setembro de 2014
A sustentabilidade existe nos garimpos?
O principio amplamente divulgado de tirar o ouro uma única vez e deixar
os buracos, ou seja, a prova incontestável da insustentabilidade é muito mais complexa e não é
totalmente verdadeira no garimpo e isto por diversas causas que apresentamos abaixo:
- Renovações de produções nas
grotas pequenas através de novas tecnologias de extração, permitindo a baixa do
teor de corte. A primeira lavra sendo normalmente manual, tendo passado por
outras formas de lavras como o bico jato, no mesmo local. Conhece se diversas repassagens
com uso de bico jato de 3 polegadas, 4 , 5 e agora 6 polegadas em aluviões.
Existe até uma grota chamada grota das sete repassagens e esta localizada na
cabeceira do Rio Muiuçu, no garimpo Comandante mamar, já no estado do amazonas
- Recuperação do ouro fino não
extraído nas passagens anteriores através de processos químicos como a cianetação
- Revitalização dos ouros nos
aluviões: a causa destas revitalizações é variada e não totalmente explicada,
mas a liberação do ouro da pirita através da acidez do solo, a ação debactérias solidificadoras de ouro em formas de ions são amplamente aceitas.
- O uso de Pás Carregadeira (PC) que permitiu abaixar o
teor de corte e lavrar aluviões médios e de teores baixos. Não sabemos se
nestes aluviões o processo de renovação verificado nos aluviões pequenos ira
ocorrer, pois até agora, só houve uma passagem e o prazo de renovação ocorrido
nos aluviões (alguns anos) pequenos não chegou a termo nos aluviões médios.
- O uso de dragas cada vez
maiores e mais profundas em rios navegáveis, realizando repassagens quase
infinitas. Só que no caso dos rios, com o realuvionamento e a modificações da
localização dos rejeitos, a perda de parte importante nas caixas e um possível
abastecimento contínuo proveniente das margens deixa os rios com teores médios
e baixos mas ainda com teores lucrativos
- A propagação e integração da
informação, com a descoberta de ouro fora dos aluviões, em colúvios, elúvios e
filões, tanto por garimpeiros que ficam seguindo os bamburros dos aluviões no
rumo da montanha, ou por empresas que mapeiam os solos com amostragens
geoquímicas e descubram anomalias auríferas desconhecidas dos garimpeiros fora
dos aluviões
- A tecnologia de profundidade
com garimpeiros indo buscar o ouro a mais de 100m de profundidade
Isto explica que os garimpos do
Tapajós se mantem há mais de 50 anos e tudo indica que poderá se manter por
mais um período de 50 anos
Um outro fator de continuidade e
sustentabilidade é a redução da população garimpeira, associado ao aumento das
opções de frente de trabalho ou seja o índice de ocorrências/garimpeiro que
estava na faixa de 0,125 em 1983 hoje esta na faixa de 0,5
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