Pergunta comum no Tapajós, esse tipo de frase poderia irritar muitas
mulheres de fora desta região, mas no Tapajós, ate pode soar como admirativa,
porque?
O dinheiro nesta imensa região não circula por bancos a não ser na
própria capital, Itaituba e na sub capital, Novo Progresso. Os garimpeiros ao
querer pagar contas ou enviar dinheiro para a família contatam uma das lojas de
compra de ouro onde eles depositaram previamente uma quantia deste precioso
metal e tal numa conta bancária, “assinam os cheques” utilizando um radio multi-frequência
do garimpo para a loja, acertam o preço do dia e informam quantas gramas estão vendendo.
A esposa do garimpeiro, ao chegar à loja para receber a quantia acertada via radio (radio peão), a responsável pelo caixa ira indagar “você é mulher
de quem?”, ou seja, você é a mulher de qual nosso correntista?
Se o garimpeiro correntista for destes momentaneamente bamburrados e
bonitos de frente, com muitos quilos de ouro depositados, a mulher ira falar
com orgulho para todas as pessoas na fila ouvir “sou mulher do Zé das botas” e
uma descarga de adrenalina e inveja ira ocorrer no seio dos presentes, pois
todo mundo sabe quem esta produzindo ouro ou não por causa do sistema de
sociedade utilizado no garimpo e por causa do radio peão multi frequência que todo mundo acessa.
Se o garimpeiro correntista for destes com produção difícil, a mulher
ira falar baixinho através do vidro blindado do caixa.
Originada nos caixas das lojas de compra de ouro, a frase virou comum
em todo o comercio e em toda a sociedade do Tapajós, pois é o nome do dono do
dinheiro que provoca a sensação de credibilidade e não o nome da mulher que o esta gastando.
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