domingo, 21 de dezembro de 2014
História dos metais preciosos mais comumente usados na confecção de objetos de valor
A época do Brasil colonial está vinculada a
procura, descoberta e exploração do ouro, que propiciou o desbravamento de
vastos territórios, os afluxos populacionais e o surgimento de arraiais, vilas
e cidades no chamado Ciclo do Ouro, cujo apogeu ocorreu durante o século XVIII.
De acordo com Cornejo e Bartorelli (2010), a
principal mineração do ouro no Brasil ocorreu na mina de ouro Morro Velho, em
Nova Lima (MG), durante cerca de dois séculos e meio. A descoberta de metais
preciosos em solo brasileiro teve início a partir da campanha de Martim Afonso
de Sousa em 1531. Ao longo do século XVI, a busca do ouro foi sustentada com a
descoberta de alguns locais ricos em minérios contendo essa substância, sendo
em 1605 criado o cargo de superintendente das minas, confiado a D. Francisco de
Sousa. Logo em 1618, o rei Filipe II (1527-1598) regulamentava a busca das
minas, dando também grandes privilégios aos mineiros. Em 1695, Borba Gato
desenvolveu a exploração das jazidas do Rio das Velhas, na região da Vila de
Sabará (MG). Logo depois, foram também descobertas importantes jazidas em Mato
Grosso (1718), Goiás (1725) e no interior da Bahia (1726).
Cornejo e Bartorelli (2010) citam que o apogeu da
produção aurífera no Brasil data de 1735 e 1766, sendo notória a decadência nos
princípios do século XIX, quando ficaram esgotadas as possibilidades técnicas de
mineração. Em termos econômicos, a descoberta do ouro trouxe uma profunda
mudança em nível internacional, inundando a Europa do metal, que passava por
Portugal, mas que servia para adquirir os bens de consumo que não eram
produzidos por aquele país.
Na época contemporânea, o norte do Brasil com as
suas jazidas e garimpos do Maranhão, Para Mato Grosso e Amapá vieram substituir
a predominância de Minas Gerais
A Prata
Segundo Cornejo e Bartorelli (2010), no Brasil, a
prata foi encontrada em pequenas concentrações na região de Januária (MG),
ocorrendo também em minas em Adrianópolis (PR). Canto (2004) afirma que o
Brasil não se destaca na produção de prata: apenas 19 toneladas por ano.
A Platina
No século XVI, quando os conquistadores espanhóis
exploravam o ouro nas terras das Américas, encontravam-no misturado com pepitas
de um metal branco. A esse metal, deram o nome de platina, devido à sua
semelhança com a prata. Segundo Canto (2004), o termo platina significa
pratinha, diminutivo pejorativo para uma “prata sem valor”. Para Silva e Guerra
(2010), a presença dessas pepitas misturadas ao ouro constituía um grande
problema para os exploradores, uma vez que a separação da platina do ouro era
um processo difícil.
Durante muitos anos, a platina permaneceu um metal
sem valor para os conquistadores europeus, sendo utilizada principalmente como
um meio de falsificação de joias e objetos de valor.
Apesar dos recém-chegados conquistadores espanhóis
terem desprezado a platina, esse metal foi encontrado em objetos que datam de
700 a.C. (Silva e Guerra, 2010). Um exemplo é o caixão de Tebas (da antiga
Grécia), que foi decorado com ouro, prata e uma liga contendo platina. Esta
também foi utilizada em joalheria por egípcios, povos antigos do Peru e Equador
e indígenas pré-colombianos.
A platina é um metal nobre de
ocorrência muito rara, sendo seu preço ligado não só à sua aparência e
durabilidade, mas também à sua utilidade. Silva e Guerra (2010) afirmam que a
maior parte da platina em circulação no mundo é oriunda de jazidas de minérios
da África do Sul, da Rússia e do Canadá, sendo que a primeira hoje é
responsável por três quartos da produção mundial desse metal.
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