Ajuda a manter uma visão realista e objetiva numa indústria
onde o embevecimento e o sonho é o grande inimigo
O ouro é
um metal de transição amarelo brilhante, pesado, dúctil e maleável
que não reage com a maioria dos elementos químicos. Sob temperatura ambiente,
apresenta-se no estado sólido. Apesar de ser utilizado como moeda de troca
desde 3.000 a.c., apenas no final do século XVIII o ouro adquiriu status
monetário universal.
A maior parte do ouro produzido
mundialmente é absorvido pelos próprios estados, que o utilizam para cunhagem
de moeda e, principalmente, para reservas bancárias como
garantia de equilíbrio nas transações comerciais internacionais.
Estima-se que mais de metade de toda a produção mundial de ouro seja
utilizada para este fim. As demais aplicações econômicas desta commodity
resumem-se a sua utilização como matéria-prima para as indústrias aeroespacial
e de componentes eletrônicos, para a odontologia e para joalherias.
O mercado de ouro integra
o grupo dos chamados mercados de risco já que suas cotações variam segundo
a lei da oferta e da procura. No mercado internacional, a referência
mundial para a negociação de ouro é a Bolsa de Mercadorias de
Nova York (COMEX), na qual negocia-se contratos futuros desta commodity.
As cotações do ouro neste mercado são baseadas em relação
à onça troy, que equivale a 31,104 gramas.
Tradicionalmente, o ouro
ganha maior evidência em períodos de crise econômica. O metal
amarelo é tipicamente considerado um refúgio para os investidores em
tempos de incertezas, pois pode ser utilizado como uma reserva de valor
amplamente aceita, quando os investidores perdem a confiança nas demais
commodities, no mercado de ações e no mercado de câmbio.
No Brasil, o maior volume de
comercialização de ouro se faz através da Bolsa de Mercadorias e
Futuros (BM&F). A cotação do ouro no Brasil é
fornecida em reais por grama de ouro puro. O preço do ouro
negociado no Brasil vincula-se, historicamente, às cotações de Londres e Nova
York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional.
Entretanto, fatores como as perspectivas do mercado interno brasileiro e,
principalmente, as cotações do dólar flutuante, também influenciam incisivamente
as cotações desta commodity. Deste modo, o cálculo do preço do ouro
na BM&F depende diretamente das variações do preço do dólar no mercado
flutuante e dos preços do metal na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
Nos últimos 6.000 anos, mais
de 125.000 toneladas de ouro já foram extraídas no mundo, sendo que 112.500
toneladas (90% do total) foram extraídas a partir de 1848. Estima-se que 60%
(75 mil toneladas) deste total esteja concentrado em bancos estatais e
governos. Aproximadamente 34.000 toneladas (algo em torno de US$ 400 bilhões)
são usados como reserva dos governos. Atualmente, a produção mundial de
ouro é de aproximadamente 2.500 toneladas.
A China é a líder mundial
em produção de ouro, posição que passou a ocupar em 2007, quando ultrapassou
a África do Sul, até então maior produtora do metal no mundo. Os chineses estão
apostando fortemente nos preços do metal, já que a produção vem caindo no resto
do mundo, com o maior declínio sendo registrado na África do Sul. Assim, a
expectativa da China é que os preços do ouro continuem subindo nos próximos
anos, embora tenha se registrado uma queda na demanda de alguns grandes países
consumidores, como Índia, Turquia e outras nações do Oriente Médio. Além da
China, figuram como grandes produtores da commodity ouro a
África do Sul, Austrália, Estados Unidos e Peru.
As reservas brasileiras de ouro representam cerca de 2% do total
mundial e estão assim distribuídas: Minas Gerais (48%), Pará (37%),
Goiás (6,0%), Mato Grosso (3,5%), Bahia (3%) e outros (2,5%).
Texto enviado por Fernando Lemos
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