quinta-feira, 2 de julho de 2015
Os diversos tipos de funcionários de uma empresa de mineração ou administração pública
A gestão do clima é realizada pelo
tripé liderança/RH/equipes. Portanto, o comportamento das pessoas impacta
significativamente no clima de uma determinada área. E diversos estudos mostram
que o ambiente mais crítico e negativo prejudica a produtividade individual e
coletiva do time. Dados do Hay Group demonstram que o clima impacta em até 30%
o resultado de negócio da área", afirma Rodrigo Magalhães, gerente do Hay
Group, consultoria global de gestão de negócios.
"Pessoas desagradáveis
prejudicam bastante o ambiente de trabalho e diminuem a produtividade. A
gravidade do quadro tem relação com o percentual de pessoas que compõem a
equipe de trabalho", ressalta o consultor de gestão de pessoas Eduardo
Ferraz.
O G1 ouviu especialistas em carreira e de
recursos humanos e listou 10 tipos de colegas "sem noção", que podem
atrapalhar o trabalho. Os consultores também indicaram como os profissionais
podem lidar com essas situações.
Veja abaixo:
1) Fala alto e conta todas as
histórias da sua vida
Segundo Fátima Mangueira, diretora
de RH e coach corporativa da Mira, algumas pessoas são carentes e precisam de
atenção. "Elas querem compartilhar o seu dia a dia e isso faz com que
tenham que falar alto e o tempo todo para que todos os presentes sejam
envolvidos, compartilhando seus problemas pessoais, desafetos, alegrias ou
momentos de felicidade."
Eduardo Ferraz ressalta que ninguém
precisa saber detalhes da vida particular de colegas que não sejam íntimos.
"Falar alto atrapalha muito a concentração de quem não está envolvido na
conversa".
2) Puxa-saco
"Excesso de polidez ou de
elogios exagerados tiram a credibilidade de qualquer um", afirma Ferraz.
Segundo Fátima, o puxa-saco pode até
ser um bom funcionário, mas o problema é que ele emprega seus talentos da
maneira errada. "Ele se concentra no chefe e não naquilo que a equipe e a
organização esperam de um bom profissional", diz.
Além de prejudicar o clima
organizacional, esse tipo de colaborador pode gerar desmotivação, intrigas e
até o pedido de demissão de colegas que não aguentam esse comportamento.
3) Não respeita o limite de espaço
De acordo com Ferraz, o bom senso é
a palavra-chave neste tipo de situação. "É preciso saber respeitar
limites, não invadindo o espaço físico do outro, evitando dar conselhos não
solicitados e não fazendo perguntas constrangedoras", afirma.
4) Brincalhão incontrolável
"No ambiente de trabalho, como
tudo na vida, o excesso estraga. E quando a pessoa não 'se toca' acaba
exagerando com algumas brincadeiras, que podem evoluir até chegar ao ponto do
'sem noção'. O bom senso conta muito", diz Fátima.
Ferraz também acredita que o excesso
pode atrapalhar. "É bom ter alguém para descontrair um pouco o ambiente de
trabalho, mas sem exageros."
5) Sabe tudo e
conhece tudo
As pessoas possuem experiências e
conhecimentos diferentes, mas mesmo assim o profissional precisa falar para
todos tudo o que já vivenciou ou que sabe fazer. "Dê conselhos apenas
quando pedirem", diz Ferraz.
Fátima lembra que a percepção que a
empresa tem sobre o funcionário pode fazer diferença na carreira.
"Trabalhar com entusiasmo e saber compartilhar suas experiências e seus
conhecimentos lhe dará mais credibilidade e respeito junto aos seus colegas de
trabalho."
6) Fofoqueiro
De acordo com Fátima, a fofoca é uma
situação embaraçosa da qual ninguém, ou quase ninguém, consegue ficar imune.
"Infelizmente é comum ter muitas fofocas no ambiente de trabalho e quanto
maior a quantidade de funcionários, pior é", afirma.
Segundo ela, a falta de liderança é
um dos principais fatores para que essa situação aconteça e, com isso, as
conversas paralelas podem afetar negativamente o trabalho da equipe.
7) 'Reclamão'
"Pessoas pessimistas sugam a
energia de qualquer um. Ouvir um desabafo de vez em quando faz parte do jogo,
mas todos os dias ninguém aguenta", ressalta Ferraz.
Fátima lembra que quem está
desmotivado não coopera com os outros e pode gerar uma cultura de desagregação.
"O clima negativo atrapalha qualquer profissional, mesmo para aqueles que
estão empenhados. Além disso, o hábito contagia", diz.
8) Carreirista
As disputas e a competição são
ingredientes que estão presentes no universo de trabalho, mas não podem
ultrapassar os limites éticos, segundo Fátima. “Para manter um bom
relacionamento com as pessoas é essencial manter a qualidade de vida e gerar
clima amistoso”, ressalta.
Já Ferraz indica que o profissional
se afaste do carreirista. "É bom manter distância de pessoas que o usarão
como 'escada' para subir na carreira."
9) Só conversa e não trabalha
Conversas e troca de ideias são comuns
no ambiente de trabalho, mas não existe justificativa para deixar as obrigações
de lado para apenas conversar. "Colegas que falam o tempo todo no local de
trabalho acabam prejudicando todo ambiente, gerando tensão e desconforto para
quem precisa se concentrar", diz Fátima.
Para evitar essa situação, Ferraz
sugere que os colegas não fiquem sempre "disponíveis" para esse
profissional. "Esse é um tipo muito comum, mas o mais fácil de ser
neutralizado. Diga que está ocupado e o ignore.”
10) Finge que é bonzinho
Infelizmente ainda é comum encontrar
profissionais que querem "puxar o tapete" dos colegas para conseguir
melhores resultados na carreira. Esse tipo se finge de bonzinho para aprontar
nas costas dos outros. "Geralmente é aquela que está o tempo todo
sorrindo, chama de amiga e te trata como a pessoa mais querida do mundo. Eles
passam tanto tempo preocupados com o trabalho dos outros que nunca têm tempo
para fazer o seu", ressalta Fátima.
"Esse é, provavelmente, o tipo
mais perigoso. Nunca abra o jogo com ele e mantenha um relacionamento
distante", afirma Ferraz.
É possível resolver?
E no dia a dia, como o profissional deve lidar com o colega "sem
noção"? Segundo Ferraz, uma das opções é manter distância, mas ele também
indica uma conversa franca. "Vale a pena chamar para um conversa e dizer
que tem uma crítica construtiva a fazer. Se ainda assim não funcionar vale a
pena procurar um nível hierárquico acima", afirma.
Segundo Rodrigo Magalhães, gerente
do Hay Group, o líder deve entender as causas desse tipo de comportamento para
buscar soluções. "Em geral, as pessoas reagem a fatos e percepções. Essa
reação gera comportamentos que prejudicam ou fortalecem o clima de uma área ou
de uma empresa."
"O ambiente de trabalho deve
ser tranquilo, na medida do possível", lembra Fátima. Segundo ela, a
empresa deve favorecer o bom desempenho e boa execução das atividades, evitando
os estresses provocados por atitudes de funcionários.
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