segunda-feira, 28 de setembro de 2015
A gíria do garimpo (Letra P)
Pára-quedas. S. m. Dispositivo de madeira instalado na topo das caixas,
responsável pela recepção do material bombeado da boca de serviço. Um para
quedas bem regulado contribui de forma determinante no resultado produtivo do
serviço
Par de máquinas. S. m.
Conjunto de dois motores, bomba de sucção de cascalho, bomba de água para
o bico jato, mangueiros diversos,
caixas, “cobra fumando” e traia de barraco. Ver Chupadeira.
Passe. S. m.
Taxa paga ao dono de uma pista de pouso pelo direito de uma aterrissagem
cujo valor pode variar em função do ouro e da distância e isolamento do
garimpo.
Paxiúba. S. f.
Palmeira típica de regiões
alagadas com a qual os índios, caboclos e garimpeiros fazem pranchas
resistentes e elegantes que cercam moradas ou servem de assoalho para balsas ou
casas sob paliças.
Peão barrela. S. m.
Garimpeiro medíocre e pouco confiável.
Peão capa de bomba. S.
m. Garimpeiro que se fixa no garimpo e entra no círculo
vicioso de fazer ouro e botar na beira, até entrar em decadência física e
morrer abandonado pelos cantos, tal qual uma capa de bomba usada e jogada no
mato.
Peão costa de lodo. S. m.
Garimpeiro mergulhador de balsa ou draga.
Peão de trecho. S. m.
Garimpeiro viajado pelos garimpos. Alguém bastante habituado aos altos e
baixos dos garimpos, e por conseqüência conformado com as dificuldades do
trecho.
Peão rodado. S. m. Garimpeiro sem destino. Alguém momentaneamente deslocado
ou em fase de blefo.
Pedra grande. S. m.
Blocos ou matações de granito não alterados.
Pedra jacaré. S. m. Granito em forma de afloramento, mostrando formas
erosivas típicas de um jacaré com a boca aberta.
Pedra queimada. S. m.
Pedra com muita pirita alterada.
Pedra verde. S. m. Diabásio
Pegar uma costela. S. m.
Dormir com uma mulher em rede de
garimpo.
Perna. S. m.
Pequenos percursos aéreos fretados entre garimpos nos quais se transporta
gente, víveres e combustível.
Peruana. S. m.
Madeira de fácil combustão muito apreciada pelos garimpeiros, como
acontece com a Boa Macaca.
Peula. S. m.
Ferramenta garimpeira semelhante a uma pá, com a qual os manuais baixam
barrancos e debreiam cascalho.
Piloto quente. S. m.
Piloto experimentado que não recusa vôo e pousa em qualquer pista de
garimpo.
Pinta. S.
m. Fagulhos de ouro
presentes no fundo de uma cuia ou bateia.
Poita. S. m. Pedras, sacos de areia ou pedaços de ferro devidamente
amarrados com os quais os garimpeiros improvisam âncoras para estabilizar
balsas no meio dos rios.
Porcentagem. S. m.
Sistema de comissão estabelecido nas regiões garimpeiras que rege as
relações entre os donos de serviço e os garimpeiros. Ex.: Balsa paga 40% / barranco manual 50% (meia-praça) e
serviço mecanizado 25%.
Pouso manteiga. S. m.
Pouso perfeito apesar de pista ruim, característica de piloto bom.
Prancheta. S. m.
Pequena escavação feita para apurar a presença de ouro em áreas novas em
pesquisa.
Puxada. S. m.
Mandada. Ciclo de carregamento de caixas ou dálias com cascalho
mineralizado. O mesmo que mandada.
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