sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A objetividade em mineração não é dever só dos técnicos

Texto de Fernando Lemos originado das subjetividades jornalísticas ao tratar de assuntos de mineração sem o devido conhecimento
Nunca esqueçam que a maneira correta de se anunciar potenciais, recursos, reservas e estimativas de produções MINERAIS é sempre através de intervalos de números associados às probabilidades de aqueles números ocorrerem. O mundo geológico é um mundo probabilístico, não determinístico. Portanto, neste universo, números nada significam se não estiverem associados à probabilidade de eles ocorrerem. Engenheiros, economistas e empresários são treinados para serem precisos e têm a falsa impressão de viverem em um mundo determinístico. Freqüentemente, anunciam números únicos para certas grandezas sem associá-los ao risco e comparam números de grandezas em faixas de incertezas completamente distintas.

Potenciais não podem ser comparados com recursos, recursos não podem ser comparados com reservas. Cada um tem um grau de incerteza quanto à sua existência associado. Estas grandezas não podem ser comparadas, muito menos somadas. Dentro da mesma categoria de incerteza (potencial, recurso e reserva) números só poderão ser somados se tiverem sido previamente ponderados pelos seus riscos associados. Em suma, quando o leitor se deparar com notícias de QUANTIDADES DE MINÉRIO, indague sempre em que faixa de incerteza de sua ocorrência se situa aquele número e qual a probabilidade de aquele número ocorrer dentro daquela faixa. Desta maneira, o investidor que possui o dinheiro e que certamente sabe muito bem o risco que está disposto a assumir terá uma melhor noção se deve ou não investir no empreendimento anunciado. Assim, evitar-se-ão eventuais desapontamentos e/ou cobranças por expectativas não alcançadas.

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