Os diamantes do Tapajós são quase 100% gemológicos e pequenos, ou seja,
pelos conhecimentos dos geólogos da África do Sul, eles foram transportados por
centenas de km, o transporte tendo destruídos os diamantes mais fracos, mas
eles também não são rolados, mostrando todas as facetas e são até bi-piramidados,
às vezes perfeitamente euédricos e por esta razão, eles não foram transportados;
Uma flagrante contradição sem contar outros problemas como a quase
ausência dos guias tradicionais do diamante; Isto é só o início do ENIGMA
Tapajos Diamonds
are almost 100% for gemology and small; by South African geologists knowledge,
they were transported for hundreds of miles, transport having destroyed the
weaker diamonds, but they are also not rolled, showing all facets and are to
bi-pyramided, sometimes quite euhedral and for this reason they were not
transported;
A contradiction not counting other problems like near absence of traditional
guides diamond; This is only the beginning of puzzle
O geólogo José Inácio Stoll Nardi neste artigo joga a primeira pedra no
caminho para entender esse enigmo; iremos aguardar as outras pedras com ansiedade.
Há várias décadas são conhecidas
ocorrências aluvionares de Diamantes nos rios Cupari e Itapacurá, ambos
afluentes da margem direita do rio Tapajós, o primeiro à jusante da cidade de
Itaituba e o segundo, à montante da mesma. Garimpagem intermitente e rudimentar
nestas áreas têm produzido algumas gemas de boa qualidade. Mais recentemente,
novas descobertas são mencionadas em áreas de confluência dos rios Jamanxim e
Tapajós, ao longo de tributários menores do baixo Jamanxim, em região ao norte
de Novo Progresso, em drenagens menores ao longo da estrada Itaituba –
Rurópólis e ao longo de alguns ramais rodoviários ao sul de Rurópolis. Com a
migração da tecnologia garimpeira do ouro para o diamante, começam a pipocar
informações de quase todo o Tapajós. Esta série de ocorrências diamantíferas
sugere que a bacia do Tapajós pode abrigar depósitos importantes deste precioso
mineral.
É importante tecermos algumas
considerações sobre a gênese dos Diamantes em regiões como a do Tapajós,
baseados nos conceitos dos estudiosos SHIREY & SHIGLEY (2013). Lembremos a
regra de Clifford (1966), que enuncia – “kimberlitos diamantíferos se
introduziram nas porções mais antigas dos crátons, enquanto kimberlitos
estéreis se introduziram em rochas mais jovens”. Esta relação é bem evidente no cráton
Kaapvaal (África do Sul), onde os kimberlitos diamantíferos estão intrudidos no
cráton e os estéreis, fora do cráton.
A erosão de antigos crátons tem
produzido intemperismo nos kimberlitos aflorantes e a deposição dos Diamantes
nos aluviões resultantes. Sem alçamento crustal (uplift), tais Diamantes
permanecem depositados em bacias geológicas sedimentares, como no oeste da
África, Zimbabwe e Brasil. Onde o cráton tem sido alçado, os Diamantes são
liberados de suas rochas hospedeiras e transportados pelas drenagens junto com
os sedimentos.
Ondas sísmicas evidenciam a
presença de Mantle Keel (quilha mantélica), subjacente a muitas regiões
continentais antigas (crátons) e aí se inclui o cráton Amazônico ou mais
especificamente, a região drenada pelo alto Tapajós e tributários, foco desta
análise.
Situado abaixo das crostas
continental e oceânica, está o manto peridotítico rígido – este conjunto
compreende a litosfera. Através dos crátons, o manto litosférico se estende de
40 Km até a profundidade de 250-300 Km. Sob os oceanos, esta camada se estende
até a profundidade de 110 Km. Por causa desta forma protuberante mais espessa e
sua associação antiga no tempo à crosta continental do cráton, esta parte do
manto é chamada Mantle Keel.
O Mantle Keel é causador de
algumas particularidades associadas aos continentes – estabilidade tectônica,
elevação acima do piso oceânico e a ocorrência de Diamantes. Erupções
kimberlíticas que transportaram Diamantes para a superfície, também carrearam
amostras de rochas do manto litosférico – os xenólitos. E a partir destes,
conseguimos conhecer melhor a natureza do Mantle Keel, sob os continentes, como
por exemplo, que ele inclui 5% de Eclogitos. O Mantle Keel é a fonte de quase
todos os Diamantes gema do mundo e daí, a importância que devemos dispensar ao
mesmo.
Acredita-se que a crosta e o
Mantle Keel subjacente ao continente, foram criados juntos em processo de
consolidação crustal e estabilização cratônica. A duração deste processo é pouco
conhecida; pode ter demandado muitas dezenas de milhões de anos, iniciando com
a formação da crosta continental mais antiga (próximo de 4 bilhões de anos
atrás).
O significado disto, para a
formação do Diamante, é que no fundo do Mantle Keel, sob cada região crustal
continental antiga, há pressão alta suficiente e comparativamente baixa
temperatura para permitir a cristalização de Diamantes, desde que receba
fluídos saturados em Carbono, do manto convectivo sobrejacente.
Assim, o fundo do keel pode ser
comparado a uma “caixa de gelo” (ice box), embora com muito mais elevadas
temperaturas, capaz de armazenar Diamantes, durante bilhões de anos e mantê-los
isolados da circulação convectiva do manto, muito embora, passíveis de serem
carreados por um magma kimberlítico ascendente. Tanto Peridotitos, como Eclogitos
contem Diamantes; mas Peridotitos que irromperam em superfície com Diamantes
inclusos são raros, ao passo que Eclogitos com conteúdo diamantífero são
comuns.
As atividades geológicas
relacionadas às placas tectônicas, como vulcanismo, orogênese e magmatismo
intrusivo próximo da superfície da crosta, geralmente podem destruir os
diamantes, as que ocorrem em condições de P (pressão), T (temperatura) e
oxidação, nas quais Diamantes não podem cristalizar ou permanecer estáveis.
No caso da região do Tapajós,
houve o episódio intrusivo / vulcânico, predominantemente ácido e
secundariamente, intermediário (riolíto- dacítico / granítico -
granodiorítico), que se estendeu de 1,8 até 1,0 GA. Ainda que tal magmatismo /
vulcanismo tenha sido causado dominantemente por refusão de rochas siálicas,
não se tem ideia de quanto e como este fenômeno poderia ou não, ter atingido e
influenciado os depósitos diamantíferos guardados nas profundezas do Mantle
Keel subjacente.
A realidade é que alguns garimpos
daquela região têm produzido gemas de muito boa qualidade, o que sugere
transporte longo, mas pudemos observar cristais de Diamante bi-piramidados,
perfeitamente euédricos, o que sugere pequeno transporte a partir da área
fonte. Também já foram verificadas na região, ocorrências de Diamantes associados
a sedimentos pós-vulcânicos, ou seja não primários, fenômeno que poderia ter um
papel na equação contraditória. Tais litologias sedimentares deverão ser
brevemente melhor observadas, descritas e classificadas para que possamos
situá-las do ponto de vista geocronológico.
Muitas pesquisas ainda deverão
ser feitas para se determinar as prováveis fontes destas gemas preciosas na
região do Tapajós e para explicar a contradição diamantes gemológicos/diamantes
não rolados
José
Nardi
Consultor
Mineral
nardi@interconect.com.br
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2 comentários:
Comentário do geólogo Fernando Lemos do DNPM do Para
TODOS OS DIAMANTES CONHECIDOS NA AMAZONIA SÃO DE ALGUMA FORMA ENIGMATICOS.... ASSIM COMO OS DO JEQUITINHONHA, DOS LENÇOIS, DE TIBAGI, DE FRANCA.....
QUAL A ORIGEM DOS DIAMANTES DA CACHOEIRA DO JAÚ NO TOCANTINS ( HOJE SUBMERSO PELO LAGO DE TUCURUI) E OS DO RIO ARAGUAIA?
QUAL A ORIGEM DOS DIAMANTES DA CACHOEIRA DO JAÚ NO TOCANTINS ( HOJE SUBMERSO PELO LAGO DE TUCURUI) E OS DO RIO ARAGUAIA?
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