quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Face a polémica proporcionada pelo artigo “O feeling ou o poder extra - sensitivo dos prospectores de ouro “ e sem pretender tomar partido, iremos apresentar detalhadamente o assunto radiestesia tanto na sua rica história, como funciona e enfim como se aplicaria hoje para a detecção de minérios
Hoje iremos iniciar pelo aspecto histórico desde os primórdios da
civilização
Dos
inúmeros textos da Antiguidade que versam sobre o assunto, o que se apresenta
no pergaminho da página anterior é mais significativo e está repleto de
informações técnicas associadas a um instrumento de poder (a vara). A
radiestesia, termo que será definido logo adiante, já suscitou inúmeras
pesquisas e, invariavelmente, vem se dando uma abordagem que, para o momento
presente, vem deixando a desejar, tendo em vista o avanço do conhecimento
humano dentro da área vibracional.
A arte da
radiestesia surgiu em tempos bem remotos e era praticada por quase todos os
povos da antiguidade: chineses, hindus, egípcios, persas, hebreus, peruanos,
gregos, gauleses, dentre outros.
Segundo
Barret , pelas noções de direção e intensidade que lhe são associadas, a vara
simboliza força e poder nas diferentes formas em que se apresenta, desde o
cetro, atributo indispensável de todos os monarcas, ao bastão ou cajado,
insígnia de apoio e comando e, por que não dizer, da batuta de um maestro, sob
cujo comando, músicos são conduzidos a executar as mais belas melodias.
O caduceu,
vara entrelaçada por duas serpentes superpostas, por suposta intervenção de
Mercúrio, é considerado o símbolo de equilíbrio moral entre os romanos, e
expressa também o poder da sabedoria.
Ao se
fazer uma resenha histórica dos eventos que se relacionam com a radiestesia,
encontram-se fatos bastante curiosos. Lendas populares sobre poderes
extraordinários da vara são abundantes, e os contos de fadas, sobre varinhas
mágicas com poderes de transformar abóboras em carruagens, podem trazer
elementos inconscientes de manejos radiestésicos ou rabdomânticos, desde que
sejam analisados sobre um outro nível de leitura.
Niesen
relata um fato curioso, onde a sedutora Cleópatra mantinha, pelo menos, dois adivinhos
ao seu lado para que encontrassem nada menos que ouro . Ou, ainda, que na
visita da rainha de Sabat ao rei Salomão ela levou em sua comitiva adivinhos
achadores de água e ouro.
Já nas
fábulas germânicas do período medieval, também relatadas pelo mesmo autor
acima, há referências à vara dourada dos nibelungos, à vara de condão
paradisíaca de Gotfried de Strassburgo e à vara mágica ou cetro dominador dos
Eddas. Diz-se que na Dinamarca os tesouros perdidos podem ser encontrados com
uma vara mágica chamada finkelrut, cortada na noite de São João junto com uma
invocação à Santíssima Trindade.
A Bíblia
Sagrada também reúne numerosas alusões sobre o uso da vara conhecida na antiguidade
por Vara de Jacó. Um deles, e o mais significativo, é o que capeia este
capítulo que faz referência a Moisés. Mas em Atos VII, 22 existe uma clara
referência sobre suas habilidades, senão vejamos:
Por outro
lado, questionava-se o poder da vara como não sendo oriundo dos céus, como é o
caso do profeta Oséias (século IX a.C.) manifestando sua indignação no texto
que versa sobre o juízo do Senhor ao povo Judeu e diz : “O meu povo consultou
um pedaço de pau, e seu bordão lhe predisse as coisas; porque o espírito da
fornicação os enganou e eles se prostituíram deixando ao seu Deus.” (Oséias
4,12).
A história
documentada da radiestesia conta, no entanto, com registros bastante precisos
sobre esta arte (arte?). Segundo Ribaut há documento, gravuras que datam de
2.200 a. C., uma delas, encontra-se na China, é uma xilografia, onde o
imperador Kuang Yü aparece segurando um objeto parecido com um diapasão. Esse
imperador foi célebre por seus conhecimentos em descobrir jazidas minerais,
fontes, objetos ocultos e saber determinar qual deveria ser o trabalho adequado
à terra de acordo com as estações do ano. Os chineses sempre foram habilidosos
em detectar o que eles chamam de Cauda do Dragão, e, utilizando-se de uma
varinha em forma de forquilha “Y” , detectavam as emanações oriundas do subsolo
que eles entendiam como sendo maléficas para a saúde do indivíduo. Desta forma
tomam o cuidado de não construir no local onde existem essas emanações.
No Egito,
onde o grau de civilização era bastante elevado, a radiestesia era utilizada
com maestria, sendo que estas práticas eram destinadas a realeza, nobreza e aos
sacerdotes. De acordo com Morel, é nesse período que se encontram os primeiros
registros de fabricação de equipamentos de emissão de radiação, ou emissores de
ondas de forma, bem como de instrumentos que neutralizavam essas emissões. Foi
no Egito também que os princípios da radiestesia começaram a ser utilizados
como forma de diagnóstico, logicamente tendo uma conotação divinatória.
É bem
possível que a radiestesia seja mais antiga que isso. Na parede de algumas
grutas pré-históricas, foram encontradas caricaturas humanas gravadas em pedra
representando bruxos.
Segundo os
especialistas, naqueles tempos, os bruxos, eram um título conferido aos membros
mais inteligentes de uma tribo e, de certa forma, os únicos a encontrarem água
, em torno da qual a comunidade ou a tribo se estabeleceria, assim como o
melhor lugar para o plantio.
Em 1949,
um grupo de exploradores franceses descobriu, em uma excursão ao noroeste do
continente africano, as cavernas Tassili nas proximidades do Monte Atlas, aonde
se encontraram painéis pré-históricos com idade aproximada de 8000 anos
(conforme teste com C14) em que as cenas eram assim descritas: ...alguns homens
conduzindo um rebanho, alguns homens ao redor de uma fogueira agachados, um
ritual de circuncisão e a mais significativa se caracterizava assim: ... um
bruxo rodeado por seus companheiros fazendo - supõe-se - prospecção de água com
uma vara.
Na mesma
época em que as civilizações do oriente se desenvolviam nesta maravilhosa
técnica, na América já se conhecia e se praticava a radiestesia.
Foi graças
a um explorador de nome Turenne que se pôde tomar conhecimento do valoroso
acervo de algumas tribos peruanas (Andes de Tiahuanaco) que, através de
conhecimentos empíricos (empíricos?), utilizavam conchas como emissores de
energia, dentre outras práticas que suscitam a possibilidade desses povos serem
versados nas técnicas radiestésicas e radiônicas
Contudo, a
radiestesia esteve vinculada ao florescimento das ciências em algumas
civilizações desaparecidas ou, pelo menos, é possível que, no período máximo de
desenvolvimento das civilizações antigas, esta prática tenha sido um poderoso
meio de investigação ligado ao estudo das ciências mentais, muito avançadas em
certos países do oriente. Menções a esse respeito encontram-se em autores que
se dedicaram a estudos das velhas civilizações e, de forma invariável, a
prática da radiestesia sempre ocupou um lugar de destaque na escala dos
conhecimentos humanos e a sua prática sempre foi reservada aos iniciados por se
ter uma conotação sagrada.
Com a
queda de algumas civilizações, foi inevitável o retrocesso até se atingir um
estágio de barbárie, onde as práticas e estudo das faculdades mentais
mergulharam no mais profundo esquecimento e a radiestesia certamente ficou
restrita a práticas profanas com a deterioração de seus fundamentos básicos e
chegou até os nossos dias envolta em uma névoa de misticismo e de desconfiança.
Dando um
salto no tempo, vamos até a Idade Média, quando, por incrível que pareça, teve
sua fase áurea. Siqueira faz referências a Europa que enriquecia com a
mineração e foi o uso da forquilha que implementou a prospecção de jazidas de
minério; nesse período já se retoma o estudo analítico das prática
radiestésicas, inclusive com algumas publicações, uma delas a do monge
beneditino Basílio Valentin que descreve os sete tipos de forquilha ou varinha
para prospecção de minérios.
No museu
da Escola de Mineração de Feiberg, na Saxônia, encontra-se uma gravura de
Cristovão von Schemberg, diretor das minas no século XVI empunhando uma
varinha. Por outro lado, na Alemanha, a referência sobre o uso da varinha na
exploração mineral, aparece em várias obras, mas uma que nos chama a atenção é
a do mineralogista Georgius Agricola .
De Re
Metallica - Tratado sobre Metais - publicado em 1556, onde considera o uso da
radiestesia um retorno às operações mágicas da antiguidade e que, de certa
forma, refletia a opinião de alguns grupos opositores à pratica radiestésica
naquele período.
Especificamente
na Inglaterra, Elizabeth I, que reinou de 1558 a 1603, contratou especialistas
alemães para dar impulso à indústria mineira naquele país, mais particularmente
na Cornualha e sabe-se que nessa comitiva de técnicos, alguns eram versados nas
práticas radiestésicas.
Nesta
mesma época, mais especificamente no ano de 1600, Pierre de Bernighen, inspetor
geral de minas chamou da Alemanha para a França Jean du Chatelet, barão de Beausoleil
e de Auffenbach, diretor de minas do Tirol e do Trentino, e que já havia
visitado as minas de quase todos os países da Europa. Em 1610 o barão de
Beausouleil se casou com Martine de Bertereau, que se tornou uma talentosa
colaboradora do marido.
Nos fatos
que se seguem, Michel Moine no Guide de la Radiestésie, mostra como foram mal
recompensados os magníficos trabalhos desse casal . Só na França, mais de 150
minas foram descobertas com a ajuda de seus insólitos instrumentos de análise e
prospecção, a saber: uma bússola de sete ângulos, um astrolábio universal e as
sete varinhas metálicas e hidráulicas com as quais descobriam e distinguiam os
minerais, os metais e os diversos tipos de águas subterrâneas.
Depois de
várias prospecções com êxito na França, o casal Beausoleil foi solicitado na
Alemanha, na Itália e Suécia. Em 1626, voltam à França, a pedido do
superintendente das minas do reino, que solicitou que prospectassem as
províncias francesas a serviço do rei Luís XIII . Em 1627, para evitar qualquer
protesto, os parlamentares de Bordeaux, Toulouse e de Provença, confirmaram a
prestação de tais serviços. Esses são os documentos que, de certa forma,
correspondem ao primeiro reconhecimento oficial da radiestesia.
Mesmo
tomando todas as precauções, o casal Baeusoleil sofreu freqüentes
interferências decorrentes do zelo fanático de alguns funcionários reais. Até
que um dia receberam a visita de um magistrado da justiça militar provincial
que alegava não ser possível descobrir nada sob a superfície da terra sem a
ajuda do demônio e desta feita o casal Baeusoleil foi preso e acusado de
praticar bruxaria e seus instrumentos e bem pessoais foram confiscados.
Apesar de
ficarem livres da acusação a posteriori, não mais puderam reaver seus bens, nem
tampouco seus instrumentos radiestésicos. Em 1632 Martine de Bertereau
consignou o resultado das buscas que tinha efetuado com seu marido em um
opúsculo intitulado - Declaração verdadeira ao Rei e ao seu Conselho dos ricos
e inestimáveis tesouros recentemente descobertos neste reino.
Mesmo com
um despacho elogioso emanado do gabinete real e com a incumbência de o barão
ser o inspetor geral de minas, o casal estava a beira da ruína e foi nesse
período que Martine de Bertereau foi recebida em audiência, a pedido da própria
Martine, pelo Cardeal Richelieu. Mas o cardeal resolveu livrar-se da
inconveniência e, com base na suspeita de que o casal Baeusoleil era praticante
de bruxaria e magia, foram condenados sem julgamento prévio, de modo que um foi
encarcerado na Bastilha e o outro em Vincennes.
Ainda,
segundo Moine, entre os serviços que os Baeusoleil haviam prestado ao Estado,
Martine de Bertereau havia relacionado o trabalho enviado ao cardeal Richelieu
: cristal nos Pirineus; ferro e chumbo argenífero em Foix; carvão no Ródano;
antimônio, zinco e enxofre no Condado de Alais; turquesas em Quency; rubis e
opalas na região de Le Puy; mármore na Normandia e na Bretanha. Entre várias e
notáveis descobertas do casal, encontra-se uma fonte de água mineral em
Château-Thierre, na qual, posteriormente, foi colocada uma lápide comemorativa.
Esses e
outros trabalhos dos Beausoleil começaram a despertar em toda a Europa uma
grande curiosidade e assim, no século XVII, têm início as pesquisas e as
controvérsias sobre a natureza dos fenômenos da Radiestesia.
Martine de
Bertereau deixou numerosos escritos sobre mineralogia, cujas pistas foram
seguidas por alguns amadores, especialmente jesuítas. Em 1657 o padre Gaspard
Schott, que antes condenava o emprego da varinha, revisou sua posição e
publicou um livro reconhecendo as virtudes desse instrumento “nas mãos de
homens piedosos e honestos”. Foi ele também que revelou o emprego dos
testemunhos : uma espécie de símbolo ou mesmo uma amostra do que se quer
prospectar e que serve para concentrar a atenção do radiestesista. Para alguns
seu valor é subjetivo, para outros é necessário e indispensável para se
estabelecer a sintonia com o objeto prospectado ou com o indivíduo investigado.
A partir
do livro do Padre Gaspard a radiestesia passou a ser debatida calorosamente
pelos homens da Igreja, ganhando partidários e admiradores. Um defensor
entusiasta foi Jacques Le Royer, advogado do parlamento francês que, em 1675,
publicou o seu trabalho intitulado Tratado Sobre o Bastão Universal, onde
comentava as qualidades da varinha, capaz de descobrir qualquer coisa oculta,
mesmo as referentes ao mundo moral. Le Royer afirma que em uma de suas
experiências realizadas em Rennes, levou um grupo de sábios a reconhecerem a
radiestesia como um fato incontestável e dentre eles estavam três jesuítas.
Esse novo interesse pela radiestesia, por parte do clero, serviu para abrandar
os ânimos dos inquisitores que a identificava como prática demoníaca.
Fazendo-se
referência a esta época, Nielsen relata que havia um rico cidadão de Dauphiné-
França , de nome Jacques Aymar, que tinha a fama de ser um dos melhores
radiestesistas. Ciente de sua reputação, os poderes constituídos (a polícia da
época) recorreram aos seus serviços para descobrir assassinos e ladrões.
Considerado um “Sherlock Holmes” do século XVII, desvendou numerosos casos,
embora alguns pesquisadores, menos crédulos, levantem a hipótese de que os
supostos réus se sentiam aterrorizados e intimidados pela reputação de Aymar, e
confessavam seus crimes como que por “encantamento”.
Em 1688, o
procurador do rei Luiz XIV, em Grenoble, recorreu a ele para descobrir os
autores de um roubo cometido naquela cidade. Aymar foi conduzido primeiro ao
local do crime, para uma análise prévia com sua varinha, e posterior a isso, ainda
usando a varinha, detectou o caminho que o levou à prisão e mais precisamente a
uma cela onde estavam encarcerados quatro homens suspeitos do referido roubo.
Aymar os alinhou, e na presença do juiz fez o seguinte teste : pisou no pé do
primeiro e a varinha não se moveu, pisou no pé do segundo, a varinha reagiu
violentamente, mas este negou veementemente o crime, pisou no pé do terceiro e
nada ocorreu e finalmente pisou no pé do quarto homem e a varinha voltou a
agitar-se. Espantado e trêmulo, o homem não só confessou o roubo, como
denunciou o segundo como seu cúmplice.
No final
do século XVII a prática da rabdomancia espalhou-se por toda a Europa
desencadeando uma grande polêmica entre os seus partidários e adversários. As
posições doutrinárias dos opositores fundamentavam-se na utilização abusiva da
varinha por parte de muitos adivinhos que, durante a Idade Média, haviam
revestido suas atividades com uma aura de mistério bastante suspeita. Como isso
tudo estava relacionado com a adivinhação, era indiscriminadamente associada a
práticas satânicas.
Entre os
partidários da varinha estava Pierre le Lorrain, o abade Vallemont, que em 1663
publicou uma obra intitulada A Física Oculta ou Tratado da Varinha Divinatória,
onde identificou, pela primeira vez, a utilidade do instrumento na
identificação de criminosos.
A grande
ressonância dessa obra, segundo Siqueira , levou o padre Lebrun, detrator da
rabdomancia, a replicar o abade Vallemont, observando que essa arte se
identificava com a magia, sendo o demônio o autor dos movimentos da varinha e
lembrando que o padre Lebrum fez vários exorcismos em pessoas piedosas, que
eram radiestesistas.
De baixo
de tanta hostilidade e violência, em 1701 o livro do abade Vallemont entrou
para o Index Librorun Prohibitorun , mas apesar disso a obra foi reeditada no
ano seguinte e em 1722 e as varinhas continuaram a funcionar.
Em 1780 um
médico de Nancy, o Dr. Thouvenel, entusiasmou-se com a técnica de um
pesquisador de fontes e água subterrânea chamado Barthélemy Bleton. Após submetê-lo
a vários testes publicou num livro os resultados de suas observações: Memória
Física e Médica que Mostra as Evidentes Relações entre os Fenômenos da Varinha
Advinatória, o Magnetismo e a Eletricidade. Bleton empregava, de fato, métodos
surpreendentes, tendo em vista que podia dispensar o uso da varinha, em virtude
do tipo especial de sensibilidade que ele possuía. Cabe aqui ressaltar um
detalhe que, muito embora essa obra tenha uma proposta “científica”, o seu
autor, Dr. Thouvenel, usou o termo Advinatória no título.
Mas
voltando ao caso Bleton, as suas faculdades se manifestaram aos sete anos por
pura casualidade. Um dia, quando estava sentado em uma pedra, sentiu uma febre
súbita, que desaparecia quando mudava de lugar, e retornava quando ele voltava
a se sentar naquela pedra. Nesta época Bleton era interno na Cartuxa e o prior,
observando estes acontecimentos e talvez conhecedor dos fenômenos relativos ao
telurismo, resolveu perfurar o local sob a pedra, qual não foi à surpresa
quando, dali, brotou uma fonte de água subterrânea. Este fenômeno sempre se
repetia quando Bleton estava sobre um veio d’água e as reações febris eram mais
intensas quanto maior era a jazida.
Em 1781, a
polêmica em torno de Bleton aumentou e ele foi chamado à corte para provar a
sua capacidade como radiestesista e, agora diante de uma platéia incrédula
Bleton reconstituiu com exatidão o traçado do aqueduto de Acueil – França.
Sem
dúvida, os fenômenos que ocorriam com Bleton eram ocorrências cinesiológicas e
serão explicados com detalhe mais adiante, quando estivermos falando sobre
modelo teórico e diagnóstico. Especificamente é a técnica proposta pelo Dr.
John F. Thie - Saúde pelo Toque.
Segundo
Siqueira , no final do século XVIII muitas pesquisas estavam sendo feitas e
eram bastante estimuladas, e foi nesse período que o pêndulo teve seu
renascimento como instrumento radiestésico, muito embora a sua referência
explícita date de 1662, na obra do padre Schott - Física Curiosa onde o pêndulo
é chamado de “pêndulo explorador” e seu uso restrito a prospecção de metais
nobres.
O
documento incontestável que evidencia o uso do pêndulo pode ser visto no museu
de Ciência em South Kensington, em Londres. Uma coleção de ferramentas
emblemáticas ali expostas, usadas pelas corporações de atos e ofícios da
Saxônia entre 1664 e 1749, e que apresenta várias vinhetas de ossos e de marfim
encaixadas em cabos de machado, nas quais estão gravadas, dentre muitas, dois
homens cada um sustentando uma vara (forquilha) de frente para um terceiro que
traz na mão um pêndulo.
Em 1798,
Antoine Gerboin, professor da Faculdade de Medicina de Estrasburgo, após
numerosas experiências com corpos pesados suspensos por um fio de cânhamo
elaborou uma complexa teoria sobre “uma força particular que existe no homem” .
As conclusões destes estudos foram publicadas em 1808 no livro Investigações
Experimentais sobre um Novo Modo da Ação Elétrica.
Em 1799 o
prof. Gerboin se presenteou na Academia de Ciência de Paris com um pêndulo
trazido da Índia. Na mesma época, o abade Guinebault trouxe da China vários
pêndulos para prospecção de fontes . Mas já em 1730 o físico inglês Grey havia
observado que certos materiais suspensos por um fio eram movidos por ação de
massas eletrizadas; porém Wheler, outro físico, constatou que o desejo de
produzir um movimento preciso é a causa principal das reações pendulares.
O pêndulo
estava assim lançado e começou a ser um instrumento habitual dos pesquisadores,
em substituição à varinha, por ser mais prático e de uso fácil.
A partir
do século XIX alguns cientistas começaram a se dedicar ao estudo do pêndulo.
Mais precisamente em 1833, Ampère e Chevreaul fizeram uma investigação sobre às
experiências de Gerboin, publicada por Chevreaul no um periódico La Revue des
Deux Mondes sob o título “Cartas a Ampère” e, mais adiante, em 1834, em uma
obra intitulada Da Varinha Advinhatória, do Pêndulo Chamado Explorador e das
Mesas Girantes, Chevreaul, precipitadamente e de certa forma negligenciando o
espírito científico, colocou por terra tudo o que já se tinha como conclusivo a
respeito do assunto. Dada a sua notoriedade como cientista na época, muitos
detratores e adversários da radiestesia passaram a se valer de suas teorias
para combater o seu uso.
Em 1854, o
barão de Morogues expôs sua teoria sobre a radiestesia na obra intitulada As
observações sobre os Movimentos das Varinhas e dos Pêndulos. E foi com base nos
estudos de Morogues que pesquisadores procuraram determinar as leis que regem o
movimento pendular, sendo que o mais expressivo foi Louis Probst, criador de um
método de investigações mineralógicas.
Início do
século XX, o novo renascimento, brilhantes talentos despontam no panorama
científico dando à radiestesia uma nova dimensão. Não só à pesquisa de subsolo,
mas em outros setores da atividade humana.
Tentativas
de explicações dos fenômenos surgiram uma após outra e os radiestesistas
reuniam-se em congressos regionais, nacionais e internacionais, para discutir e
confrontar suas observações e debater as suas teorias e resultados.
Cabe aqui
uma referência especial ao congresso internacional que ocorreu em Hanover, na
Alemanha, em 1911. As indústrias dessa rica cidade ofereceram as suas minas
como campo de experimentação e laboratório de pesquisas. Em 1913, realizou-se o
segundo congresso em Guilford, na Inglaterra. Em decorrência desse
acontecimento, Paul Beyer fundou a União Internacional de Radiestesistas com
sede na Alemanha.
Foi neste
mesmo ano que em Paris aconteceu o Congresso Internacional de Psicologia
Experimental que, dentre outras atividades resolveu colocar sob controle as
experiências radiestésicas. Vários radiestesistas participaram das provas e os
resultados deixaram surpreendidas até as autoridades mais cépticas, como um
investigador de nome Viré que acabou descobrindo em si mesmo dons de
radiestesista, durante experiências que controlava.
É
importante ressaltar que nesta época a Europa fervilhava e era iminente a
primeira guerra mundial (1914-1918); foi neste cenário que a radiestesia foi
utilizada com grande êxito em campos de aplicações diferenciadas.
Radiestesistas prestaram relevantes serviços, na busca de obuses enterrados ou
mesmo de cavidades subterrâneas que servia de abrigo ao inimigo.
Cabe aqui
uma referência especial ao abade Bouly que esteve a serviço do exército francês
e que com elevada precisão encontrou vários artefatos bélicos enterrados, que
ainda não haviam explodido.
Final da
primeira guerra mundial figurava já no panorama europeu um famoso
radiestesista, alcunhado de O Príncipe dos Radiestesistas. Seu nome: abade
Alexis Mermet, um homem extremamente dedicado aos estudos e que desenvolveu (ou
redescobriu) a tele-radiestesia, ou seja, a radiestesia à distância. Foi ele
também que durante 40 anos aproximadamente, até 1937, deixou as bases de uma
disciplina coerente, racional e desprovida de mistérios. Os franceses
reverenciam-no até hoje, inclusive existindo no centro de Paris, na rua Saint
Roque a Maison de la Radiesthésie que ostenta em uma de suas vitrines de mogno
e latão o pêndulo do abade Mermet.
Dentre os
inúmeros feitos do abade Mermet, cabe aqui uma referência, no mínimo curiosa.
Foi quando pediu ao seu confrade, abade Racineux, que lhe enviasse uma planta
de sua propriedade e determinasse um horário e uma data específica, para que
ele prospectasse, à distância, tudo o que houvesse de ouro, prata e carvão.
As
revelações do abade Mermet deixaram seu colega, abade Racineux, estarrecido
pela precisão, sendo que o resultado foi o seguinte: “na quinta feira entre
9h45 e 10h00, haviam: 375 moedas de prata na gaveta da escrivaninha de
trabalho, aproximadamente 30Kg de carvão escondidos entre ramos de uma árvore
desde 1911 e uma pequena quantidade na cocheira, sendo que o ouro era apenas de
um relógio que estava em uma gaveta.”
Voltando
ao curso da história vamos constatar que o processo não parou por aí. O
desenvolvimento do mundo moderno, o aprimoramento do conhecimento humano,
fizeram com que esta técnica, cada vez mais, tivesse um lugar de destaque
dentre os estudiosos de vanguarda.
Com o
advento da tele-radiestesia, referenciado acima, a técnica deu salto bastante
grande, e um dos que contribuíram muito para que isto ocorresse foi o Dr.
Albert Abrams com a sua obra A Ciência da Radiestesia Médica, que inclusive faz
referências precisas sobre os processos de ressonância. Além é claro, do
trabalho valoroso dos irmãos Felix e Willinam Servranx na Bélgica, aprimorando
o uso dos gráficos e normatizando o estudo da Radiestesia e radiônica.
Outros
como Ruth Drown, George de la Warr, Adrés Bovis, Malcom Rae, David Tansley,
Tomas Hierônimus, todos ao seu turno, deram um grande impulso à técnica no
desenvolvimento de aparelhos e diagramas radiestésicos de forma a contribuir
grandemente nos processos de diagnóstico.
De uma
maneira mais particular, fazendo referência ao Brasil e de sua jornada
evolutiva dentro da radiestesia; os registros que se tem datam do início do
século e, como não podia deixar de ser, o clero estava de alguma forma ligado a
esse processo e, de certa forma, se preocupou mais em utilizá-la do que em
divulgá-la.
O
surpreendente é que nas regiões que compreendiam as Missões do Mato Grosso –
Poconé, franciscanos utilizavam o pêndulo para o diagnóstico e prescrição de
plantas medicinais, além, é claro, da prospecção de água subterrânea.
O
precursor deste intento foi o padre Jean Louis Bourdoux discípulo do abade
Mermet ( O Príncipe da Radiestesia). Esse padre teve um seu discípulo, também
frei Francisco Maria Harail (francês) que, da mesma forma, desenvolveu seu
trabalho em São Paulo nas décadas de 30 e 40, sendo que o mais interessante era
o tratamento puramente científico destinado à radiestesia.
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