quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Face a polémica proporcionada pelo artigo “O feeling ou o poder extra - sensitivo dos prospectores de ouro “ e sem pretender tomar partido, iremos apresentar detalhadamente o assunto radiestesia tanto na sua rica história, como funciona e enfim como se aplicaria hoje para a detecção de minérios


Hoje iremos iniciar pelo aspecto histórico desde os primórdios da civilização

Dos inúmeros textos da Antiguidade que versam sobre o assunto, o que se apresenta no pergaminho da página anterior é mais significativo e está repleto de informações técnicas associadas a um instrumento de poder (a vara). A radiestesia, termo que será definido logo adiante, já suscitou inúmeras pesquisas e, invariavelmente, vem se dando uma abordagem que, para o momento presente, vem deixando a desejar, tendo em vista o avanço do conhecimento humano dentro da área vibracional.


A arte da radiestesia surgiu em tempos bem remotos e era praticada por quase todos os povos da antiguidade: chineses, hindus, egípcios, persas, hebreus, peruanos, gregos, gauleses, dentre outros.
Segundo Barret , pelas noções de direção e intensidade que lhe são associadas, a vara simboliza força e poder nas diferentes formas em que se apresenta, desde o cetro, atributo indispensável de todos os monarcas, ao bastão ou cajado, insígnia de apoio e comando e, por que não dizer, da batuta de um maestro, sob cujo comando, músicos são conduzidos a executar as mais belas melodias.
O caduceu, vara entrelaçada por duas serpentes superpostas, por suposta intervenção de Mercúrio, é considerado o símbolo de equilíbrio moral entre os romanos, e expressa também o poder da sabedoria.
Ao se fazer uma resenha histórica dos eventos que se relacionam com a radiestesia, encontram-se fatos bastante curiosos. Lendas populares sobre poderes extraordinários da vara são abundantes, e os contos de fadas, sobre varinhas mágicas com poderes de transformar abóboras em carruagens, podem trazer elementos inconscientes de manejos radiestésicos ou rabdomânticos, desde que sejam analisados sobre um outro nível de leitura.
Niesen relata um fato curioso, onde a sedutora Cleópatra mantinha, pelo menos, dois adivinhos ao seu lado para que encontrassem nada menos que ouro . Ou, ainda, que na visita da rainha de Sabat ao rei Salomão ela levou em sua comitiva adivinhos achadores de água e ouro.
Já nas fábulas germânicas do período medieval, também relatadas pelo mesmo autor acima, há referências à vara dourada dos nibelungos, à vara de condão paradisíaca de Gotfried de Strassburgo e à vara mágica ou cetro dominador dos Eddas. Diz-se que na Dinamarca os tesouros perdidos podem ser encontrados com uma vara mágica chamada finkelrut, cortada na noite de São João junto com uma invocação à Santíssima Trindade.
A Bíblia Sagrada também reúne numerosas alusões sobre o uso da vara conhecida na antiguidade por Vara de Jacó. Um deles, e o mais significativo, é o que capeia este capítulo que faz referência a Moisés. Mas em Atos VII, 22 existe uma clara referência sobre suas habilidades, senão vejamos:
Por outro lado, questionava-se o poder da vara como não sendo oriundo dos céus, como é o caso do profeta Oséias (século IX a.C.) manifestando sua indignação no texto que versa sobre o juízo do Senhor ao povo Judeu e diz : “O meu povo consultou um pedaço de pau, e seu bordão lhe predisse as coisas; porque o espírito da fornicação os enganou e eles se prostituíram deixando ao seu Deus.” (Oséias 4,12).
A história documentada da radiestesia conta, no entanto, com registros bastante precisos sobre esta arte (arte?). Segundo Ribaut há documento, gravuras que datam de 2.200 a. C., uma delas, encontra-se na China, é uma xilografia, onde o imperador Kuang Yü aparece segurando um objeto parecido com um diapasão. Esse imperador foi célebre por seus conhecimentos em descobrir jazidas minerais, fontes, objetos ocultos e saber determinar qual deveria ser o trabalho adequado à terra de acordo com as estações do ano. Os chineses sempre foram habilidosos em detectar o que eles chamam de Cauda do Dragão, e, utilizando-se de uma varinha em forma de forquilha “Y” , detectavam as emanações oriundas do subsolo que eles entendiam como sendo maléficas para a saúde do indivíduo. Desta forma tomam o cuidado de não construir no local onde existem essas emanações.
No Egito, onde o grau de civilização era bastante elevado, a radiestesia era utilizada com maestria, sendo que estas práticas eram destinadas a realeza, nobreza e aos sacerdotes. De acordo com Morel, é nesse período que se encontram os primeiros registros de fabricação de equipamentos de emissão de radiação, ou emissores de ondas de forma, bem como de instrumentos que neutralizavam essas emissões. Foi no Egito também que os princípios da radiestesia começaram a ser utilizados como forma de diagnóstico, logicamente tendo uma conotação divinatória.
É bem possível que a radiestesia seja mais antiga que isso. Na parede de algumas grutas pré-históricas, foram encontradas caricaturas humanas gravadas em pedra representando bruxos.
Segundo os especialistas, naqueles tempos, os bruxos, eram um título conferido aos membros mais inteligentes de uma tribo e, de certa forma, os únicos a encontrarem água , em torno da qual a comunidade ou a tribo se estabeleceria, assim como o melhor lugar para o plantio.
Em 1949, um grupo de exploradores franceses descobriu, em uma excursão ao noroeste do continente africano, as cavernas Tassili nas proximidades do Monte Atlas, aonde se encontraram painéis pré-históricos com idade aproximada de 8000 anos (conforme teste com C14) em que as cenas eram assim descritas: ...alguns homens conduzindo um rebanho, alguns homens ao redor de uma fogueira agachados, um ritual de circuncisão e a mais significativa se caracterizava assim: ... um bruxo rodeado por seus companheiros fazendo - supõe-se - prospecção de água com uma vara.
Na mesma época em que as civilizações do oriente se desenvolviam nesta maravilhosa técnica, na América já se conhecia e se praticava a radiestesia.
Foi graças a um explorador de nome Turenne que se pôde tomar conhecimento do valoroso acervo de algumas tribos peruanas (Andes de Tiahuanaco) que, através de conhecimentos empíricos (empíricos?), utilizavam conchas como emissores de energia, dentre outras práticas que suscitam a possibilidade desses povos serem versados nas técnicas radiestésicas e radiônicas
Contudo, a radiestesia esteve vinculada ao florescimento das ciências em algumas civilizações desaparecidas ou, pelo menos, é possível que, no período máximo de desenvolvimento das civilizações antigas, esta prática tenha sido um poderoso meio de investigação ligado ao estudo das ciências mentais, muito avançadas em certos países do oriente. Menções a esse respeito encontram-se em autores que se dedicaram a estudos das velhas civilizações e, de forma invariável, a prática da radiestesia sempre ocupou um lugar de destaque na escala dos conhecimentos humanos e a sua prática sempre foi reservada aos iniciados por se ter uma conotação sagrada.
Com a queda de algumas civilizações, foi inevitável o retrocesso até se atingir um estágio de barbárie, onde as práticas e estudo das faculdades mentais mergulharam no mais profundo esquecimento e a radiestesia certamente ficou restrita a práticas profanas com a deterioração de seus fundamentos básicos e chegou até os nossos dias envolta em uma névoa de misticismo e de desconfiança.
Dando um salto no tempo, vamos até a Idade Média, quando, por incrível que pareça, teve sua fase áurea. Siqueira faz referências a Europa que enriquecia com a mineração e foi o uso da forquilha que implementou a prospecção de jazidas de minério; nesse período já se retoma o estudo analítico das prática radiestésicas, inclusive com algumas publicações, uma delas a do monge beneditino Basílio Valentin que descreve os sete tipos de forquilha ou varinha para prospecção de minérios.
No museu da Escola de Mineração de Feiberg, na Saxônia, encontra-se uma gravura de Cristovão von Schemberg, diretor das minas no século XVI empunhando uma varinha. Por outro lado, na Alemanha, a referência sobre o uso da varinha na exploração mineral, aparece em várias obras, mas uma que nos chama a atenção é a do mineralogista Georgius Agricola .
De Re Metallica - Tratado sobre Metais - publicado em 1556, onde considera o uso da radiestesia um retorno às operações mágicas da antiguidade e que, de certa forma, refletia a opinião de alguns grupos opositores à pratica radiestésica naquele período.
Especificamente na Inglaterra, Elizabeth I, que reinou de 1558 a 1603, contratou especialistas alemães para dar impulso à indústria mineira naquele país, mais particularmente na Cornualha e sabe-se que nessa comitiva de técnicos, alguns eram versados nas práticas radiestésicas.
Nesta mesma época, mais especificamente no ano de 1600, Pierre de Bernighen, inspetor geral de minas chamou da Alemanha para a França Jean du Chatelet, barão de Beausoleil e de Auffenbach, diretor de minas do Tirol e do Trentino, e que já havia visitado as minas de quase todos os países da Europa. Em 1610 o barão de Beausouleil se casou com Martine de Bertereau, que se tornou uma talentosa colaboradora do marido.
Nos fatos que se seguem, Michel Moine no Guide de la Radiestésie, mostra como foram mal recompensados os magníficos trabalhos desse casal . Só na França, mais de 150 minas foram descobertas com a ajuda de seus insólitos instrumentos de análise e prospecção, a saber: uma bússola de sete ângulos, um astrolábio universal e as sete varinhas metálicas e hidráulicas com as quais descobriam e distinguiam os minerais, os metais e os diversos tipos de águas subterrâneas.
Depois de várias prospecções com êxito na França, o casal Beausoleil foi solicitado na Alemanha, na Itália e Suécia. Em 1626, voltam à França, a pedido do superintendente das minas do reino, que solicitou que prospectassem as províncias francesas a serviço do rei Luís XIII . Em 1627, para evitar qualquer protesto, os parlamentares de Bordeaux, Toulouse e de Provença, confirmaram a prestação de tais serviços. Esses são os documentos que, de certa forma, correspondem ao primeiro reconhecimento oficial da radiestesia.
Mesmo tomando todas as precauções, o casal Baeusoleil sofreu freqüentes interferências decorrentes do zelo fanático de alguns funcionários reais. Até que um dia receberam a visita de um magistrado da justiça militar provincial que alegava não ser possível descobrir nada sob a superfície da terra sem a ajuda do demônio e desta feita o casal Baeusoleil foi preso e acusado de praticar bruxaria e seus instrumentos e bem pessoais foram confiscados.
Apesar de ficarem livres da acusação a posteriori, não mais puderam reaver seus bens, nem tampouco seus instrumentos radiestésicos. Em 1632 Martine de Bertereau consignou o resultado das buscas que tinha efetuado com seu marido em um opúsculo intitulado - Declaração verdadeira ao Rei e ao seu Conselho dos ricos e inestimáveis tesouros recentemente descobertos neste reino.
Mesmo com um despacho elogioso emanado do gabinete real e com a incumbência de o barão ser o inspetor geral de minas, o casal estava a beira da ruína e foi nesse período que Martine de Bertereau foi recebida em audiência, a pedido da própria Martine, pelo Cardeal Richelieu. Mas o cardeal resolveu livrar-se da inconveniência e, com base na suspeita de que o casal Baeusoleil era praticante de bruxaria e magia, foram condenados sem julgamento prévio, de modo que um foi encarcerado na Bastilha e o outro em Vincennes.
Ainda, segundo Moine, entre os serviços que os Baeusoleil haviam prestado ao Estado, Martine de Bertereau havia relacionado o trabalho enviado ao cardeal Richelieu : cristal nos Pirineus; ferro e chumbo argenífero em Foix; carvão no Ródano; antimônio, zinco e enxofre no Condado de Alais; turquesas em Quency; rubis e opalas na região de Le Puy; mármore na Normandia e na Bretanha. Entre várias e notáveis descobertas do casal, encontra-se uma fonte de água mineral em Château-Thierre, na qual, posteriormente, foi colocada uma lápide comemorativa.
Esses e outros trabalhos dos Beausoleil começaram a despertar em toda a Europa uma grande curiosidade e assim, no século XVII, têm início as pesquisas e as controvérsias sobre a natureza dos fenômenos da Radiestesia.
Martine de Bertereau deixou numerosos escritos sobre mineralogia, cujas pistas foram seguidas por alguns amadores, especialmente jesuítas. Em 1657 o padre Gaspard Schott, que antes condenava o emprego da varinha, revisou sua posição e publicou um livro reconhecendo as virtudes desse instrumento “nas mãos de homens piedosos e honestos”. Foi ele também que revelou o emprego dos testemunhos : uma espécie de símbolo ou mesmo uma amostra do que se quer prospectar e que serve para concentrar a atenção do radiestesista. Para alguns seu valor é subjetivo, para outros é necessário e indispensável para se estabelecer a sintonia com o objeto prospectado ou com o indivíduo investigado.
A partir do livro do Padre Gaspard a radiestesia passou a ser debatida calorosamente pelos homens da Igreja, ganhando partidários e admiradores. Um defensor entusiasta foi Jacques Le Royer, advogado do parlamento francês que, em 1675, publicou o seu trabalho intitulado Tratado Sobre o Bastão Universal, onde comentava as qualidades da varinha, capaz de descobrir qualquer coisa oculta, mesmo as referentes ao mundo moral. Le Royer afirma que em uma de suas experiências realizadas em Rennes, levou um grupo de sábios a reconhecerem a radiestesia como um fato incontestável e dentre eles estavam três jesuítas. Esse novo interesse pela radiestesia, por parte do clero, serviu para abrandar os ânimos dos inquisitores que a identificava como prática demoníaca.
Fazendo-se referência a esta época, Nielsen relata que havia um rico cidadão de Dauphiné- França , de nome Jacques Aymar, que tinha a fama de ser um dos melhores radiestesistas. Ciente de sua reputação, os poderes constituídos (a polícia da época) recorreram aos seus serviços para descobrir assassinos e ladrões. Considerado um “Sherlock Holmes” do século XVII, desvendou numerosos casos, embora alguns pesquisadores, menos crédulos, levantem a hipótese de que os supostos réus se sentiam aterrorizados e intimidados pela reputação de Aymar, e confessavam seus crimes como que por “encantamento”.
Em 1688, o procurador do rei Luiz XIV, em Grenoble, recorreu a ele para descobrir os autores de um roubo cometido naquela cidade. Aymar foi conduzido primeiro ao local do crime, para uma análise prévia com sua varinha, e posterior a isso, ainda usando a varinha, detectou o caminho que o levou à prisão e mais precisamente a uma cela onde estavam encarcerados quatro homens suspeitos do referido roubo. Aymar os alinhou, e na presença do juiz fez o seguinte teste : pisou no pé do primeiro e a varinha não se moveu, pisou no pé do segundo, a varinha reagiu violentamente, mas este negou veementemente o crime, pisou no pé do terceiro e nada ocorreu e finalmente pisou no pé do quarto homem e a varinha voltou a agitar-se. Espantado e trêmulo, o homem não só confessou o roubo, como denunciou o segundo como seu cúmplice.
No final do século XVII a prática da rabdomancia espalhou-se por toda a Europa desencadeando uma grande polêmica entre os seus partidários e adversários. As posições doutrinárias dos opositores fundamentavam-se na utilização abusiva da varinha por parte de muitos adivinhos que, durante a Idade Média, haviam revestido suas atividades com uma aura de mistério bastante suspeita. Como isso tudo estava relacionado com a adivinhação, era indiscriminadamente associada a práticas satânicas.
Entre os partidários da varinha estava Pierre le Lorrain, o abade Vallemont, que em 1663 publicou uma obra intitulada A Física Oculta ou Tratado da Varinha Divinatória, onde identificou, pela primeira vez, a utilidade do instrumento na identificação de criminosos.
A grande ressonância dessa obra, segundo Siqueira , levou o padre Lebrun, detrator da rabdomancia, a replicar o abade Vallemont, observando que essa arte se identificava com a magia, sendo o demônio o autor dos movimentos da varinha e lembrando que o padre Lebrum fez vários exorcismos em pessoas piedosas, que eram radiestesistas.
De baixo de tanta hostilidade e violência, em 1701 o livro do abade Vallemont entrou para o Index Librorun Prohibitorun , mas apesar disso a obra foi reeditada no ano seguinte e em 1722 e as varinhas continuaram a funcionar.
Em 1780 um médico de Nancy, o Dr. Thouvenel, entusiasmou-se com a técnica de um pesquisador de fontes e água subterrânea chamado Barthélemy Bleton. Após submetê-lo a vários testes publicou num livro os resultados de suas observações: Memória Física e Médica que Mostra as Evidentes Relações entre os Fenômenos da Varinha Advinatória, o Magnetismo e a Eletricidade. Bleton empregava, de fato, métodos surpreendentes, tendo em vista que podia dispensar o uso da varinha, em virtude do tipo especial de sensibilidade que ele possuía. Cabe aqui ressaltar um detalhe que, muito embora essa obra tenha uma proposta “científica”, o seu autor, Dr. Thouvenel, usou o termo Advinatória no título.
Mas voltando ao caso Bleton, as suas faculdades se manifestaram aos sete anos por pura casualidade. Um dia, quando estava sentado em uma pedra, sentiu uma febre súbita, que desaparecia quando mudava de lugar, e retornava quando ele voltava a se sentar naquela pedra. Nesta época Bleton era interno na Cartuxa e o prior, observando estes acontecimentos e talvez conhecedor dos fenômenos relativos ao telurismo, resolveu perfurar o local sob a pedra, qual não foi à surpresa quando, dali, brotou uma fonte de água subterrânea. Este fenômeno sempre se repetia quando Bleton estava sobre um veio d’água e as reações febris eram mais intensas quanto maior era a jazida.
Em 1781, a polêmica em torno de Bleton aumentou e ele foi chamado à corte para provar a sua capacidade como radiestesista e, agora diante de uma platéia incrédula Bleton reconstituiu com exatidão o traçado do aqueduto de Acueil – França.
Sem dúvida, os fenômenos que ocorriam com Bleton eram ocorrências cinesiológicas e serão explicados com detalhe mais adiante, quando estivermos falando sobre modelo teórico e diagnóstico. Especificamente é a técnica proposta pelo Dr. John F. Thie - Saúde pelo Toque.
Segundo Siqueira , no final do século XVIII muitas pesquisas estavam sendo feitas e eram bastante estimuladas, e foi nesse período que o pêndulo teve seu renascimento como instrumento radiestésico, muito embora a sua referência explícita date de 1662, na obra do padre Schott - Física Curiosa onde o pêndulo é chamado de “pêndulo explorador” e seu uso restrito a prospecção de metais nobres.
O documento incontestável que evidencia o uso do pêndulo pode ser visto no museu de Ciência em South Kensington, em Londres. Uma coleção de ferramentas emblemáticas ali expostas, usadas pelas corporações de atos e ofícios da Saxônia entre 1664 e 1749, e que apresenta várias vinhetas de ossos e de marfim encaixadas em cabos de machado, nas quais estão gravadas, dentre muitas, dois homens cada um sustentando uma vara (forquilha) de frente para um terceiro que traz na mão um pêndulo.
Em 1798, Antoine Gerboin, professor da Faculdade de Medicina de Estrasburgo, após numerosas experiências com corpos pesados suspensos por um fio de cânhamo elaborou uma complexa teoria sobre “uma força particular que existe no homem” . As conclusões destes estudos foram publicadas em 1808 no livro Investigações Experimentais sobre um Novo Modo da Ação Elétrica.
Em 1799 o prof. Gerboin se presenteou na Academia de Ciência de Paris com um pêndulo trazido da Índia. Na mesma época, o abade Guinebault trouxe da China vários pêndulos para prospecção de fontes . Mas já em 1730 o físico inglês Grey havia observado que certos materiais suspensos por um fio eram movidos por ação de massas eletrizadas; porém Wheler, outro físico, constatou que o desejo de produzir um movimento preciso é a causa principal das reações pendulares.
O pêndulo estava assim lançado e começou a ser um instrumento habitual dos pesquisadores, em substituição à varinha, por ser mais prático e de uso fácil.
A partir do século XIX alguns cientistas começaram a se dedicar ao estudo do pêndulo. Mais precisamente em 1833, Ampère e Chevreaul fizeram uma investigação sobre às experiências de Gerboin, publicada por Chevreaul no um periódico La Revue des Deux Mondes sob o título “Cartas a Ampère” e, mais adiante, em 1834, em uma obra intitulada Da Varinha Advinhatória, do Pêndulo Chamado Explorador e das Mesas Girantes, Chevreaul, precipitadamente e de certa forma negligenciando o espírito científico, colocou por terra tudo o que já se tinha como conclusivo a respeito do assunto. Dada a sua notoriedade como cientista na época, muitos detratores e adversários da radiestesia passaram a se valer de suas teorias para combater o seu uso.
Em 1854, o barão de Morogues expôs sua teoria sobre a radiestesia na obra intitulada As observações sobre os Movimentos das Varinhas e dos Pêndulos. E foi com base nos estudos de Morogues que pesquisadores procuraram determinar as leis que regem o movimento pendular, sendo que o mais expressivo foi Louis Probst, criador de um método de investigações mineralógicas.
Início do século XX, o novo renascimento, brilhantes talentos despontam no panorama científico dando à radiestesia uma nova dimensão. Não só à pesquisa de subsolo, mas em outros setores da atividade humana.
Tentativas de explicações dos fenômenos surgiram uma após outra e os radiestesistas reuniam-se em congressos regionais, nacionais e internacionais, para discutir e confrontar suas observações e debater as suas teorias e resultados.
Cabe aqui uma referência especial ao congresso internacional que ocorreu em Hanover, na Alemanha, em 1911. As indústrias dessa rica cidade ofereceram as suas minas como campo de experimentação e laboratório de pesquisas. Em 1913, realizou-se o segundo congresso em Guilford, na Inglaterra. Em decorrência desse acontecimento, Paul Beyer fundou a União Internacional de Radiestesistas com sede na Alemanha.
Foi neste mesmo ano que em Paris aconteceu o Congresso Internacional de Psicologia Experimental que, dentre outras atividades resolveu colocar sob controle as experiências radiestésicas. Vários radiestesistas participaram das provas e os resultados deixaram surpreendidas até as autoridades mais cépticas, como um investigador de nome Viré que acabou descobrindo em si mesmo dons de radiestesista, durante experiências que controlava.
É importante ressaltar que nesta época a Europa fervilhava e era iminente a primeira guerra mundial (1914-1918); foi neste cenário que a radiestesia foi utilizada com grande êxito em campos de aplicações diferenciadas. Radiestesistas prestaram relevantes serviços, na busca de obuses enterrados ou mesmo de cavidades subterrâneas que servia de abrigo ao inimigo.
Cabe aqui uma referência especial ao abade Bouly que esteve a serviço do exército francês e que com elevada precisão encontrou vários artefatos bélicos enterrados, que ainda não haviam explodido.
Final da primeira guerra mundial figurava já no panorama europeu um famoso radiestesista, alcunhado de O Príncipe dos Radiestesistas. Seu nome: abade Alexis Mermet, um homem extremamente dedicado aos estudos e que desenvolveu (ou redescobriu) a tele-radiestesia, ou seja, a radiestesia à distância. Foi ele também que durante 40 anos aproximadamente, até 1937, deixou as bases de uma disciplina coerente, racional e desprovida de mistérios. Os franceses reverenciam-no até hoje, inclusive existindo no centro de Paris, na rua Saint Roque a Maison de la Radiesthésie que ostenta em uma de suas vitrines de mogno e latão o pêndulo do abade Mermet.
Dentre os inúmeros feitos do abade Mermet, cabe aqui uma referência, no mínimo curiosa. Foi quando pediu ao seu confrade, abade Racineux, que lhe enviasse uma planta de sua propriedade e determinasse um horário e uma data específica, para que ele prospectasse, à distância, tudo o que houvesse de ouro, prata e carvão.
As revelações do abade Mermet deixaram seu colega, abade Racineux, estarrecido pela precisão, sendo que o resultado foi o seguinte: “na quinta feira entre 9h45 e 10h00, haviam: 375 moedas de prata na gaveta da escrivaninha de trabalho, aproximadamente 30Kg de carvão escondidos entre ramos de uma árvore desde 1911 e uma pequena quantidade na cocheira, sendo que o ouro era apenas de um relógio que estava em uma gaveta.”
Voltando ao curso da história vamos constatar que o processo não parou por aí. O desenvolvimento do mundo moderno, o aprimoramento do conhecimento humano, fizeram com que esta técnica, cada vez mais, tivesse um lugar de destaque dentre os estudiosos de vanguarda.
Com o advento da tele-radiestesia, referenciado acima, a técnica deu salto bastante grande, e um dos que contribuíram muito para que isto ocorresse foi o Dr. Albert Abrams com a sua obra A Ciência da Radiestesia Médica, que inclusive faz referências precisas sobre os processos de ressonância. Além é claro, do trabalho valoroso dos irmãos Felix e Willinam Servranx na Bélgica, aprimorando o uso dos gráficos e normatizando o estudo da Radiestesia e radiônica.
Outros como Ruth Drown, George de la Warr, Adrés Bovis, Malcom Rae, David Tansley, Tomas Hierônimus, todos ao seu turno, deram um grande impulso à técnica no desenvolvimento de aparelhos e diagramas radiestésicos de forma a contribuir grandemente nos processos de diagnóstico.
De uma maneira mais particular, fazendo referência ao Brasil e de sua jornada evolutiva dentro da radiestesia; os registros que se tem datam do início do século e, como não podia deixar de ser, o clero estava de alguma forma ligado a esse processo e, de certa forma, se preocupou mais em utilizá-la do que em divulgá-la.
O surpreendente é que nas regiões que compreendiam as Missões do Mato Grosso – Poconé, franciscanos utilizavam o pêndulo para o diagnóstico e prescrição de plantas medicinais, além, é claro, da prospecção de água subterrânea.

O precursor deste intento foi o padre Jean Louis Bourdoux discípulo do abade Mermet ( O Príncipe da Radiestesia). Esse padre teve um seu discípulo, também frei Francisco Maria Harail (francês) que, da mesma forma, desenvolveu seu trabalho em São Paulo nas décadas de 30 e 40, sendo que o mais interessante era o tratamento puramente científico destinado à radiestesia.

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