domingo, 31 de agosto de 2014
Há mais descobridores do que descobertas de ouro
O garimpeiro nunca se considera
como descobridor, pois ele ficou
seguindo o ouro e só pegou um rabinho da cauda da jazida. Mas os auto declarados
descobridores vão aparecer a partir
daí:
Uma equipe de pesquisa é formada
de um Exploration Manager que fica no Canada, mas faz visitas ao projeto, um
geólogo chefe que fica no Brasil, no Rio, BH ou Brasília, o chefe local que
fica no acampamento, geólogos de campo que estes últimos anos mais devem ser
chamados de geólogos de computadores e técnicos de mineração que amostram além
de trabalhadores braçais.
O exploration manager não entra
nos detalhes da pesquisa, o chefe nacional da as suas orientações, o chefe
local aplica e da também as suas, os geólogos locais são curiosos e observam e
o resto aplica as instruções técnicas que mudam dia a dia em função das
observações e resultados, pois quem
manda mesmo na equipe é a própria jazida mineral, pois é o que ainda não se
conhece dela que acaba orientando o trabalho de todos. Essa singela
constatação deveria arrefecer os arroubos de ego dos pretensos descobridores.
Mas voltamos a nossa jazida: de
repente, aparece uma forte anomalia e todo mundo se entusiasma, tanto os
presentes no acampamento do projeto como os ausentes no Brasil e fora deste.
A anomalia se confirma com a
abertura de trincheiras, ouro visível, amostras reluzentes de ouro e a
diretoria é informada e começam as visitas de fora, é a dança dos aviões e helicópteros. Os que estavam longe, no Canada
ou numa capital brasileira, aguardando resultados do campo já estão perto no
acampamento e no pé da nova jazida. Melhora a comida, o conforto e aparecem os
descobridores, muitos descobridores, uns mais discretos, outros declarando em
alto e bom tom, EU DESCOBRI.
Após vem as sondas e começam as
dúvidas: será que é tão grande assim, será que os teores são econômicos? E os
descobridores começam a escassear, uns porque são demitidos, outros porque encontram
outras oportunidades; Só ficam o que menos participaram.
Mas ainda aparecem os
“professores” que baseados em alguns minerais que são conhecidos por sua
característica físico-químico especial observada em amostras enviadas pelo
correio, tiram conclusões precipitadas e publicam em revistas internacionais
dados taticamente verdadeiros, misturados com dados estrategicamente inverídicos
e tirando conclusões errôneas mas interessantes do ponto de visto intelectual,
pois encaixam se perfeitamente em teorias alienígenas e que vão transformar esses novos estudiosos
em novos descobridores sem nunca ter ido ao local.
O projeto para por falta de capital
e...
Depois vem o garimpeiro de novo e
acaba descobrindo baseado nas pesquisas e resultados da empresa, e nos
conhecimentos que ele sempre pressentiu um filé em ouro, e fica rico e
rindo da empáfia de todos os “descobridores”. Ele não descobriu nada e ficou
milionário.
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