quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Impossível preencher o abismo entre as teorias dos filósofos do século XVIII e a realidade do Tapajós

Em resposta as discussões provocadas pelos artigos anteriores do JO: ”A lei da Sobrevivência com os conselhos de Maquiavel aos garimpeiros” e “Leis vigentes, mas inaplicáveis”, no qual foi discutida uma adaptação das leis a realidade local do Tapajós e contra as quais foram citadas as teorias de Montesquieu na sua grande obra O ESPIRITO DAS LEIS como solução única para evitar uma ditadura de um para o outro e dos juízes.

Não é nem preciso falar das diferenças abismais com a sociedade do Tapajós, basta olhar a realidade na própria Europa onde essas teorias nasceram: 100 anos depois de escritas, a França ainda estava sob a ditadura de Napoleão III e quase 200 anos depois Hitler, Mussolini e Stalin riam abertamente das teorias do Montesquieu e seguiam o filósofo da época (Goebels).
Afinal Maquiavel estava mais próximo da realidade da época e de hoje. Um sonhava e outro era um frio observador da alma humana e essa alma humana é a mesma no Brasil e na França, a mesma hoje e da época; no Tapajós a alma esta simplesmente mais escancarada.
A separação dos poderes, segundo Montesquieu, é essencial para que haja a liberdade do cidadão em se sentir seguro perante o Estado e perante outro cidadão, pois se fosse dado a mais de um desses poderes o poder de legislar e ao mesmo tempo julgar essa medida seria extremamente autoritária e arbitrária perante o cidadão que estaria praticamente indefeso, ou seja, estaria à mercê de um juiz legislador.
Montesquieu descreveu cuidadosamente a separação dos poderes (ExecutivoJudiciário e Legislativo), trabalho que influenciou os elaboradores da Constituição dos Estados Unidos da América, mas que não impede até hoje os policiais brancos matarem os cidadões negros;
Montesquieu foi o proclamador do Direito e da virtude, e com a sua formação e inteligência propôs divisões para o Direito em sua essência principal, que nada mais é que prender-se à igualdade e liberdade de cada cidadão (Montesquieu era Barão...). Aí esta a raiz do problema, a VIRTUDE é necessária para o sistema de Montesquieu funcionar plenamente. Sem a VIRTUDE, será só um paliativo na França e nos USA, um sistema nem sempre aceito na Italia e Brasil e sempre limitado por causa da corrupção endêmica e simplesmente impossível no Tapajós. A VIRTUDE pode existir individualmente (em pessoas extraordinárias), jamais nas sociedades onde o que prevalece é a conscienciza da superioridade de um grupo acima do outro.

NO TAPAJÓS, AINDA ESTAMOS AGUARDANDO ALGUÉM COM VIRTUDE....No Brasil também

Precisamos de um novo filósofo “PÉ NO CHÃO”

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