terça-feira, 2 de setembro de 2014

Conto banal de uma estória comum num cabaré inexistente: o cabaré do Pelado ou as ORGIAS DO BAMBURRO


Ver também: diálogos garimpeiros a respeito de putas 

Atualizado do "cabaré do Pelado" de Lampião

O som altíssimo do cabaré do Pelado não para, dia e noite repetindo músicas de cantores populares, especialmente Cesar Menoti  e Fabiano que esta na moda
Armado sobre uma pequena ilha de Pedra, abaixo da currutela do Sudário, no Rio Marupa, na província do Tapajós, aquele bizarro estabelecimento coberto de lona, dotado de gerador próprio, freezers e as inevitáveis caixas de som, funciona 24 horas por dia, aproveitando o estouro de ouro do filão do Piauí que acontece às proximidades.
Os garimpeiros gostam de botar na beira, naquele cabaré e não é por menos, pois ali vale tudo, e oferece todos os ingredientes indispensáveis à animação de uma farra prolongada: cerveja, cachaça, maldita e um mulherio alegre composto de meninas bonitinhas em trajes sumários que o Pelado mandou vir direto dos bordeis de luxo de Goiania.
Naquele ambiente cheio de garimpeiros doidões, entre o som do Bartô, risadas das mulheres e o espocar de tiros, esta bamburrando o Pelado, um cearense aloirado e franzino, pistoleiro foragido, que desaconsoado com a concorrência desleal dos homens das botas resolveu partir para a marretagem pesada até que montou o seu cabaré na ilha do Jacaré no Rio Marupa.
Com o ouro correndo solto, o clima é de euforia e extravagâncias. Peão bota com facilidade 20 gramas de ouro para pegar cada uma das mais jovens. A maldita que o nosso empresário de entretenimento tem sempre em boas quantidades, é vendida a peso de muito ouro sem trocadilho. Na esteira daquela louca prosperidade, Pelado ainda aproveita para traficar armas e munições, fechando assim, o círculo dos seus negócios de altíssima periculosidade, que no garimpo, não passa de um simples meio de vida, que qualquer um poderia escolher livremente, garantido pela impunidade que vigora nas selvas e a indiferença com que todos, indistintamente aceitam as mais escabrosas irregularidades, desde que não lhe prejudicassem. É a lei do garimpo.

Nas orgias romanas desregradas, movidas a cachaça, cervejas e maldita, naquele inferno-paraíso, no meio do mato não demora a se descontrolar de vez, resultando em orgias dignas do império romano e como consequência em cerrados tiroteios, às vezes com a participação do próprio Pelado.

Peão chega, bebe e fuma, compra caixas de balas e começa a atirar desvairado. Naquela salutar atmosfera é de se esperar que qualquer mal entendido ou estorvo, só pode resultar em mortíferos tiroteios, sob o balanço do som gostoso da Roberta Miranda.

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