quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Os três fácies do kimberlito
Seguindo o nosso trabalho de base a
respeito da geologia do diamante, iniciado com: Qualquer um pode achar um corpo com diamantes, estamos
apresentando os diversos tipos de kimberlitos através das diversas morfologias
e petrologias, ou seja, os seus fácies conhecidos.
KIMBERLITO DE CRATERAS
A morfologia de superfície de
kimberlitos intemperizados é caracterizada por uma cratera de até dois
quilômetros de diâmetro cujo piso pode estar a centenas de metros abaixo da
superfície. A cratera é geralmente mais profunda no meio. No entorno da cratera
há um anel de tufa relativamente pequeno (em geral com menos de 30 metros)
quando comparado com o diâmetro da cratera. Duas categorias principais de
rochas são encontradas em kimberlitos de crateras: piroclásticas, depositadas
por forças eruptivas e epiclásticas, retrabalhadas por água.
Rochas Piroclásticas: Encontradas
preservadas em anéis de tufa no entorno da cratera ou dentro da cratera. Os
anéis possuem pequena relação altura por diâmetro da cratera e são preservados
em muito poucos kimberlitos. Os únicos locais com anéis de tufa bem preservados
no mundo são Igwisi Hills na Tanzânia e Kasami em Mali. Os depósitos são
normalmente acamados, vesiculares e carbonizados.
Rochas Epiclásticas: Estes sedimentos
representam retrabalho fluvial no material piroclástico do anel de tufa no lago
formado no topo da diatrema. Apresentam-se dispersas quanto mais afastadas do
centro e das paredes rochosas.
Considerando a raridade de
kimberlitos de crateras é difícil desenvolver um modelo para determinar com
certeza que todos os kimberlitos serão conformados segundo as características
observadas acima.
KIMBERLITO DE DIATREMAS
Diatremas kimberlíticas possuem de 1
a 2 quilômetros de profundidade e geralmente apresentam-se como corpos cônicos
que são circulares ou elípticos na superfície e afinam com a profundidade. O
contato com a rocha hospedeira é dado usualmente entre 80 e 85 graus. A zona é
caracterizada por material kimberlítico vulcanoclástico fragmentado e xenólitos
agregados de vários níveis da crosta terrestre durante a subida do kimberlito à
superfície.
KIMBERLITO ABISSAL
Estas rochas são formadas pela
cristalização de magma kimberlítico quente e rico em voláteis. Geralmente não
possuem fragmentação e parecem ígneos.
São notáveis as segregações de
calcita-serpentina e as segregações globulares de kimberlito em uma matriz rica
em carbonato.
Vários modelos de classificação foram
desenvolvidos para os kimberlitos e as grandes variações de textura e
mineralogia apresentadas por estas rochas implicam em dificuldades para
classificá-los. O modelo mais conhecido e geralmente bem aceito foi proposto
por Clement e Skinner (1985). Esta classificação é largamente utilizada, no
entanto é importante notar aqui as implicações genéticas neste modelo. O termo
“tufisítico” significa presumir que o kimberlito foi formado através de
processo de fluidização, porém ainda existem controvérsias com relação à
formação dos kimberlitos.
As subdivisões das fácies principais
são determinadas visualmente por diferenças na textura. As características diferenciadoras
podem ser resumidas:
Kimberlitos de crateras são
reconhecidos por características sedimentares. Kimberlitos de diatremas são
reconhecidas por formações geodésicas do magma cristalizado e formações
semelhantes geradas durante a perda dos gases. Kimberlitos abissais são
comumente reconhecidos pela presença abundante de calcita e textura segregada
com macro/mega-cristalizações.
A divisão entre “breccia” e “não
breccia” denomina rochas fragmentadas e é comumente aportuguesada do italiano
pelo termo “brecha”. A denominação aqui é baseada no volume percentual dos
fragmentos visíveis macroscopicamente. Qualquer rocha com mais de 15% do volume
de fragmentos visíveis é denominada “breccia”. Fragmentos podem ser acidentados
ou cognatos. Vale ressaltar que não existem classificações inteiramente aceitas
para o kimberlito..
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