terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Propriedades dos principais metais usados na confecção de joias
O ouro é um metal muito denso (19,3 g/cm3).
Especialmente na joalheria, é utilizado com o cobre e a prata na forma de liga,
sendo preservada a cor dourada e elevando-se a resistência. A quantidade de
ouro presente na liga é expressa na forma de quilates: o ouro puro possui 24
quilates e é utilizado como parâmetro para definir a pureza das ligas.
Geralmente, as ligas têm 9, 18 ou 22 quilates, que correspondem a 9/24, 18/24 e
22/24 de ouro puro, respectivamente. Então, uma peça contendo 18/24 de ouro
significa que 75% dela é composta de ouro e 25% de prata e/ou cobre.
O ouro que existe na natureza como substância
simples pode ser encontrado na forma de veios e de pepitas (Canto, 2004). Veios
são as incrustações do ouro presentes em rochas, que são removidas e
processadas para se separar este dos demais minerais. Já as pepitas são
resultados de depósitos de fragmentos de ouro metálico que, carregados pela
água e o vento, depositam-se em vales. O processo utilizado para obter essas
pepitas é o garimpo, em que os vales são revolvidos à procura do metal. Os
garimpeiros utilizam o mercúrio que, combinado ao ouro, forma um amálgama. A
palavra amálgama designa ligas metálicas formadas por mercúrio e quaisquer
outros metais (prata, zinco, ouro etc.). O amálgama formado é aquecido com um
maçarico, até que o mercúrio evapore por completo e, consequentemente, seja
obtido o ouro. Cabe citar que os vapores liberados, assim como os restos do
mercúrio descartados nos garimpos, provocam sérios problemas ambientais,
principalmente no que se refere à contaminação das águas pluviais (chuvas) e
fluviais (rios) e dos garimpeiros que inalam os vapores (Souza, 2000).
A Prata
A prata, que também é considerada um metal nobre,
pode ser encontrada na natureza como substância simples, mas a sua fonte
principal é o minério argentita (Ag2S), que é submetida a um
processo denominado ustulação para fornecimento da prata metálica. Canto (2004)
define a ustulação como um processo de aquecimento de um sulfeto na presença do
gás oxigênio, sendo também conhecido como queima do sulfeto:
Ag2S (s) + O2 (g) → 2Ag
(s) + SO2 (g)
Além do seu uso na joalheria, a prata também é
utilizada em emulsões fotográficas e na fabricação de espelhos pela alta
refletividade de seu brilho (Lee, 1996). A sua maleabilidade e ductilidade
tornam-na ideal para fins decorativos. Nas civilizações antigas, ela era usada
no pagamento de dívidas, na decoração pessoal, na ornamentação de locais
religiosos e em utensílios nas casas das classes mais favorecidas.
Dentre os metais, a prata é a que melhor conduz
corrente elétrica, superando inclusive o cobre e o ouro e, quando recentemente
minerada ou polida, ela possui uma cor branco-prata reluzente característica e
um brilho metálico. Contudo, com a exposição ao ar contendo ácido sulfídrico (H2S) ou outros
sulfetos, uma camada preta de sulfeto de prata se forma, escurecendo a
superfície. Essa camada não afeta a qualidade do objeto, pois quando polida
novamente, ganha seu brilho original em função da remoção da camada de sulfeto
formada. Devido à formação do sulfeto e do fato de a prata ser muito maleável,
na joalheria, ela é frequentemente usada como uma liga com outros metais ou
recebe uma camada de cobertura de ouro.
A Platina
A platina é encontrada na natureza como substância
simples e na forma dos minerais esperrilita (arsenieto de platina, PtAs2)
e sulfeto (PtS). A substância simples é amplamente utilizada no ramo da
joalheria.
Raquel Mari Morioka, Roberto Ribeiro da Silva
0 comentários:
Postar um comentário