quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Aprende a distinguir diamante sintético de diamante natural!



Para evitar ser enganado, ja que o preço do sintético é muito mais barato

Sabemos que as gemas naturais e sintéticas têm, por definição, iguais propriedades físicas, composição química e estrutura cristalina. Por este motivo, a maior parte dos ensaios de identificação usuais, que consistem na mensuração ou averiguação destas propriedades, são inúteis à hora de distinguí-las.
Resumimos, a seguir, os principais procedimentos ou métodos de distinção entre diamantes naturais e sintéticos atualmente utilizados:
A. Exames Visuais
Os diamantes sintéticos apresentam uma ou mais das seguintes características diagnósticas:
1 - Zonação de Cor
Em exemplares amarelos, os mais comuns, a cor pode não ser uniformemente distribuída, ocorrendo estreitas zonas incolores cristalograficamente orientadas e mais facilmente observáveis através do pavilhão do diamante facetado, com auxílio de lupa de 10 aumentos ou por microscopia.
2 - Inclusões e Estruturas de Crescimento
Presença de pequenas inclusões metálicas opacas (restos do material de fluxo utilizado na síntese), às vezes com forma triangular, ou grupamentos de inclusões pontuais com aspecto de nuvens, o que pode conferir magnetismo ao diamante. São frequentes também as linhas de crescimento retilíneas ou angulares.
3 - Luminescência
3.1. Fluorescência de cor amarela, verde-amarela ou alaranjada, de intensidade variável e normalmente mais forte sob radiação ultravioleta de comprimento de onda curto (UVC), correspondendo justamente aos padrões de zonação de cor. Os diamantes naturais, por outro lado, apresentam fluorescência de cor azul, mais intensa ou exclusivamente sob ondas longas. Esta característica deve ser observada com ressalva  pois, eventualmente, tanto os diamantes sintéticos quanto os naturais podem ser inertes à luz ultravioleta.
3.2. Fosforescência: Os sintéticos incolores podem apresentar fosforescência persistente, o que não ocorre com os naturais.
4 - Morfologia
Os cristais de diamante sintético em estado bruto, que raramente teremos a oportunidade de observar, apresentam forma cubo-octaédrica e faces com marcas superficiais estriadas ou dendríticas.
B. Técnicas Analíticas Avançadas
Na ausência das características visuais acima descritas, algumas propriedades dos diamantes sintéticos podem ser averiguadas por meio das seguintes técnicas analíticas avançadas, a maior parte das quais não se encontra disponível em laboratórios gemológicos standard:
1 - Espectroscopia (Visível, de Infravermelho e de Fotoluminiscência).
2 - Técnicas de Imagens de Fluorescência
2.a. Catodoluminiscência.
2.b. Imagens de luminescência através do “Diamond View”, instrumento desenvolvido pela De Beers.
3 - Análise Química não destrutiva pelo método EDXRF (Fluorescência de Raios X de Energia Dispersiva), para fins de detecção dos metais ferro, níquel ou cobalto, sendo que a presença dos dois últimos elementos comprova a origem sintética do diamante, pois derivam do fluxo no qual se cristaliza. A ausência destes elementos, no entanto, não indica necessariamente que a origem da gema em questão seja natural.


*Luiz Antônio Gomes da Silveira é gemólogo pós-graduado pela Universidade de Barcelona (1988), pela Associação Alemã de Gemologia (Deutschen Gemmologishen Gesellschaft) e pela Associação e Laboratório de Ensaios de Gemas da Grã-Bretanha (Gemmological Association and Gem Testing Laboratory of Great Britain). Engenheiro de Minas (UFMG/1985), é credenciado pela Secretaria da Receita Federal, Responsável Técnico pelo Gem Lab - Gemologia e Engenharia Mineral e ex-Instrutor de Cursos de Gemologia e Diamante na Ajomig/Sindijóias.


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